A tendência na indústria hoteleira nos últimos 10 anos tem sido fortemente voltada para conceitos de design e lifestyle. Tais fatores se tornaram parte da expectativa do cliente, principalmente quando falamos de funcionalidade, simplicidade e soluções baseadas em tecnologia. Mas é preciso pensar para além da experiência, levando em consideração a sustentabilidade dentro do ciclo de vida dos empreendimentos.

Segundo divulgado pelo Hotel Management, o citizenM, em Genebra, e o Ruby Hotel, em Zurique são exemplos bem-sucedidos. Já a marca MotelOne implementou o conceito de “funcionalidade encontra design” nos anos 2000, criando um novo nicho de empreendimentos que aliam economia e design.

O sucesso de conceitos de design com alta funcionalidade e redução consciente de serviços tem sido um dos maiores impulsionadores da indústria hoteleira. E o MotelOne, em Basel, Suíça, é um excelente exemplo.

Contudo, existe o desafio de considerar o design e a funcionalidade como fatores de retorno do investimento no ciclo de vida da propriedade. É importante lembrar que tendências são transitórias, o que influencia na renovação de mobiliário, utensílios e equipamentos.

Acelerando mudanças

Empreendimentos lifestyle tem seu conceito e design pautados como elementos que agregam valor ao hóspede e, consequentemente, impulsionam receitas. Correndo o risco de parecer obsoletos, o ciclo de vida dos hotéis, que costumava ser de 12 a 15 anos, foi reduzido para a janela de cinco a 10 anos. E precisamos entender o que isso significa.

Renovações são necessárias, mas a escassez de matérias-primas, custos trabalhistas e gargalos na cadeia de suprimentos continuarão a acelerar essa mudança no design do hotel. De acordo com o veículo, os custos de compras em 2021 aumentaram 40% em relação ao ano anterior, enquanto o aumento de preços da madeira e produtos feitos do material foi de cerca de 77%.

Também existem fortes fatores sociais que influenciam os requisitos de sustentabilidade do design e a consciência cada vez mais importante da mesma é um dos impulsionadores mais importantes atualmente. A abordagem adotada nos últimos anos de desconstruir edifícios existentes e substituí-los por novas construções mudará para o desenvolvimento de propriedades.

O ROI no futuro será baseado na preservação da estrutura de um edifício, e o design e o posicionamento do hotel terão que se adaptar e responder a isso. Essa tendência requer flexibilidade para renovar de forma sustentável.

Um bom exemplo é o Ameron Boutique Hotel, em Zurique, que utilizou o edifício antigo como base e pano de fundo para o novo design e marca do hotel. As superfícies foram amplamente renovadas e depois “repostas” e acentuadas para gerar uma aparência e um toque completamente novos que ainda preservam a essência do original.

Nova abordagem

O princípio de um hotel do futuro reside na sua abordagem holística. A iniciativa ambiental, social e de governança obriga as empresas hoteleiras a divulgarem os valores financeiros segundo critérios de ESG. Para a renovação ou concepção de um empreendimento, deve-se obter um processo sustentável que leve em consideração todos os fatores além dos requisitos estruturais, técnicos e comerciais.

No futuro, o design hoteleiro contemporâneo e bem-sucedido deve atender e implementar os requisitos de design sustentável e ESG para poder contribuir positivamente com o ROI do ciclo de vida. Isso requer layouts flexíveis, estruturas de construção e design que possam ser usados ​​tanto para o uso planejado do hotel quanto para usos secundários.

(*) Crédito da foto: Divulgação/MotelOne