O destino do Galeão parece, finalmente, estar no caminho de uma resolução. Após o governo considerar o retorno da Infraero à gestão do terminal, a Changi Airport — atual operadora do aeroporto — voltou atrás e manifestou a intenção de permanecer com a concessão.

Segundo divulgado pela Folha de São Paulo, a empresa de Singapura possui 515 da RIOGaleão — concessionária que administra o terminal carioca. Os outros 49% são da Infraero.

De acordo com uma nota do Ministério de Portos e Aeroportos, a operadora voltará a conversar com o governo federal após o Carnaval. As soluções para a questão administrativa do terminal estão em fase de análise pela Secretaria Nacional de Aviação Civil.

No ano passado, a Changi cogitou a entrega da concessão alegando dificuldades econômicas geradas pela pandemia. Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, se reuniu com Eugene Gan, CEO internacional da operadora na última sexta-feira (10).

“A empresa reiterou a intenção de manter as operações do Aeroporto do Galeão e se comprometeu a dedicar atenção especial no período do Carnaval, quando o Rio de Janeiro, cartão-postal do Brasil, recebe um grande número de turistas”, disse o ministério.

“Ficou definido que, após o Carnaval, as partes voltarão a conversar. As alternativas para a administração do Aeroporto do Galeão estão em fase de estudos, que estão sendo realizados pela Secretaria Nacional de Aviação Civil”, completou França.

As possíveis saídas

A concessionária anunciou em fevereiro de 2022 o pedido para devolver a concessão do terminal. Com isso, o governo Jair Bolsonaro passou a projetar um leilão em conjunto do Galeão e do Santos Dumont.

Por essa lógica, um mesmo grupo investidor poderia ficar com a administração dos dois terminais. O Santos Dumont opera somente voos nacionais e é administrado pela Infraero.

Em novembro, a RIOgaleão chegou a assinar com ressalvas um termo aditivo para dar andamento à devolução do Galeão. À época, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) indicou que, ao assinar o documento, a concessionária declararia “adesão irrevogável e irretratável à relicitação”.

Em janeiro, o ministro Márcio França já havia sinalizado interesse da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da própria empresa em costurar um acordo para a permanência da Changi na operação fo terminal, que sofreu esvaziamento ao longo da última década e luta para retomar o patamar pré-pandemia.

(*) Crédito da foto: Divulgação