O TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) determinou o bloqueio de R$ 900 milhões em bens e valores dos sócios da 123 Milhas e demais empresas do grupo, revela O Globo. O pedido foi feito pelo Ministério Público de Minas Gerais.

Em setembro, o juiz Eduardo Henrique de Oliveira Ramiro, da 15ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, havia ordenado o bloqueio de até R$ 50 milhões. Em decisão publicada no dia 10 deste mês, no entanto, o limite foi ampliado.

“Considerando que as próprias rés informaram nos autos de ação de recuperação judicial que o valor dos débitos quirografários de todas as empresas do grupo econômico são de, aproximadamente, R$ 900 milhões, defiro o pedido de aumento do limite do arresto para esse valor”, diz um trecho da decisão.

Investigação

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Pirâmides Financeiras revelou em relatório que os donos da 123 Milhas, semanas antes de anunciarem o fim do pacote Promo, transferiram dinheiro para contas pessoais e familiares. Mesmo após deixar de emitir as passagens, no dia 18 de agosto, as transferências não cessaram.

Ainda de acordo com a CPI, no dia 31 de julho foram retirados R$ 13,5 milhões do caixa da empresa, e o relatório aponta que os sócios, já cientes da crise, executaram manobras para desviar ativos para contas próprias e de parentes. A CPI também revelou que a OTA solicitava que os clientes mentissem para as companhias aéreas, em caso de contato para questionar sobre as milhas.

(*) Crédito da foto: QuinceCreative/Pixabay