123 Milhas: sócios transferiram dinheiro da empresa para contas pessoais
17 de outubro de 2023A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Pirâmides Financeiras revelou em relatório que os donos da 123 Milhas, semanas antes de anunciarem o fim do pacote Promo, transferiram dinheiro para contas pessoais e de familiares. Mesmo depois de deixar de emitir as passagens, no dia 18 de agosto, as transferências não cessaram.
De acordo com a CPI, no dia 31 de julho foram retirados R$ 13,5 milhões do caixa da empresa, e o relatório da Comissão aponta que “os sócios da 123 Milhas, já cientes da derrocada da empresa, executaram estratégias para desviar ativos dela para si e para seus parentes”, informa o Uol.
O relatório da CPI afirma, ainda, que em 29 de agosto, o pai dos sócios, José Augusto Madureira, solicitou um provisionamento para saque de R$ 839 mil. Ele era dono de uma empresa de publicidade que prestava serviços para a 123 Milhas e, portanto, recebia depósitos da companhia.
Trecho do documento da Comissão aponta que, “segundo o Relatório de Inteligência Financeira do Coaf, essa era uma operação totalmente inusual no histórico bancário do senhor José Augusto Madureira, sendo considerado muito expressivo e incompatível com seu perfil de movimentação.”
Outras informações
Foi revelado, ainda, que a OTA pedia que seus clientes mentissem para as companhias aéreas, em caso de contato por parte dessas últimas para questionar sobre as milhas. Em trecho de e-mail encaminhado por um cliente à CPI, lê-se o seguinte aviso: “Importante: Caso a cia aérea entre em contato com você, deverá informar que doou as suas milhas para algum amigo ou parente, e que está ciente de todas as utilizações.”
A Comissão solicitou o indiciamento de oito pessoas, entre elas, os sócios da companhia, Ramiro e Augusto Júlio Soares Madureira, por crimes como estelionato e gestão fraudulenta.
(*) Crédito da foto: Luis Lima/Foto Arena/Estadão Conteúdo