A IA (Inteligência Artificial) generativa tem sido destaque constante no mundo da tecnologia de viagens ao longo do último ano. Por isso, não surpreende que muitos especialistas do setor acreditem que o recurso tenha o poder de mudar processos como um todo, inclusive na forma como os hotéis gerenciam e maximizam suas oportunidades de receita, revela o Phocuswire.

Embora o potencial completo da IA ainda precise ser estudado, muitos especialistas do setor esperam alguma mudança, seja ela envolvendo aumento da eficiência, uma ponte entre a gestão de receitas e outras operações de hospitalidade ou novas capacidades para revenue managers. Ali Northfield, diretora administrativa da Revenue by Design, descreveu o impacto da tecnologia como quase uma força orientadora.

Álvaro Ponte, vice-presidente de Dados da BEONx, acredita que a IA desempenhará um papel revolucionário na forma como os hotéis gerenciam distribuição e precificação. “O impacto da IA generativa nos processos de gestão de receitas é profundo e multifacetado, prometendo revolucionar como os empreendimentos otimizam suas estratégias”, ressalta.

E a tecnologia para o RM (Revenue Managment) provavelmente se tornará mais conversacional, segundo Klaus Kohlmayr, diretor de Desenvolvimento da IDeaS. Ele comparou a experiência a trabalhar com um assistente pessoal. Já Kevin Duncan, vice-presidente de Gerenciamento de Produtos na Cendyn, afirma que o impacto da dependerá da velocidade de adoção e evolução da tecnologia.

O futuro da gestão de receitas

Duncan reforça, ainda, que a IA poderia facilitar a tomada de decisões com base em modelagem preditiva, usando dados históricos para prever resultados futuros. Chris Crowley, diretor de Receita da Duetto, tem uma perspectiva semelhante. Ele afirma que os gestores de receitas deveriam ser capazes de tomar decisões com mais eficiência com o advento da nova tecnologia.

“A IA generativa tem o potencial de oferecer soluções inovadoras para otimizar estratégias de precificação com inteligência de mercado, aprimorar previsões de demanda e melhorar a geração de receita geral”, diz Crowley. Seguindo o mesmo raciocínio, Ponte observa que a IA generativa poderia fornecer insights e capacidades sem precedentes que poderiam facilitar o desenvolvimento de algoritmos mais precisos para beneficiar gestores de receitas.

“Esses avanços não apenas melhorarão a precisão das previsões e tomadas de decisão, mas também aumentarão a adaptabilidade dos sistemas de gestão de receitas às condições de mercado em rápida mudança”, endossa.

Novas perspectivas

Duncan acredita que a IA poderia ajudar a promover um entendimento mais profundo do negócio de hospitalidade. Atualmente, segundo ele, os gestores de receitas precisam processar dados para entendê-los e tomar decisões. No futuro, ele prevê que o recurso poderá resumir entradas e saídas para formar uma narrativa ou crítica, impactando a geração de demanda, criação de conteúdo e aspectos de personalização que poderiam atrair novos negócios.

“Estas mudanças não estão ocorrendo apenas na IA generativa, mas em toda a inteligência artificial, que está alterando fundamentalmente a maneira como as empresas operam”, diz.

Irene Freitas, professora de Inteligência Artificial na Universidade de São Paulo, diz que o crescente uso de IA na gestão de receitas é uma tendência esperada. “Estamos vendo cada vez mais a IA sendo aplicada em diferentes setores, e a gestão de receitas não é exceção. A capacidade da IA de analisar grandes conjuntos de dados e identificar padrões é extremamente valiosa nesse contexto”, explica.

A tecnologia tem o potencial de mudar radicalmente a forma como os hotéis gerenciam suas receitas. Seus efeitos já estão sendo sentidos, e à medida que a IA avança, é provável que vejamos ainda mais transformações no horizonte.

(*) Crédito da foto: geralt/Pixabay