O BC (Banco Central) decidiu retirar as medidas que impediam a realização de transações de compra com cartão de crédito, débito e pré-pago por meio do WhatsApp no Brasil. A novidade pode beneficiar também o setor hoteleiro, que agora ganha um novo meio de pagamento.

Até então, era possível apenas a utilização do WhatsApp para transferências de recursos entre indivíduos. O BC também determinou que o início das transações de pagamento por meio do aplicativo de mensagens deve ser comunicado pelos instituidores a todos os participantes de seus arranjos de pagamento com antecedência mínima de 30 dias, revela a Folha de S Paulo.

Guilherme Horon, head do WhatsApp na América Latina, disse que a empresa está finalizando os testes conduzidos com parceiros, incluindo Mercado Pago e Cielo, e que a funcionalidade estará disponível em breve. “Acreditamos que o pagamento de pessoas para empresas via WhatsApp terá um grande impacto para todos, trazendo facilidade e simplicidade para os usuários ao mesmo tempo em que ajudará as pequenas e médias empresas a aumentarem suas vendas”, destaca.

A liberação aconteceu após a cessação completa de medidas coercitivas aplicadas à Mastercard e à Visa, que suspendiam essa modalidade no país. No final do ano passado, o BC já havia dado um aval preliminar para as duas empresas, embora não permitisse ainda o funcionamento da ferramenta. Mark Zuckerberg, presidente da Meta, empresa dona do WhatsApp, Facebook e Instagram, repercutiu o anúncio e afirmou estar animado para lançar a função.

Atenção a fraudes

Por outro lado, ainda é necessário atenção a fraudes e golpes. De acordo com pesquisa da ClearSale, o Brasil registrou R$ 5,8 bilhões em investidas de golpes cibernéticos no ano passado. O estudo apontou ainda 5,6 milhões de tentativas de fraudes no período de 1º e janeiro a 31 de dezembro.

A novidade para este ano são dois novos recortes: ticket médio das fraudes, que teve aumento em comparação com o ano anterior, registrando R$ 1.048 em 2022, contra R$ 981 em 2021, e o Marketplace, segmento que registrou 972 mil tentativas de fraude.

Para Eduardo Mônaco, diretor presidente da ClearSale, os números apontam para um crescimento controlado no índice de tentativas de fraudes, em razão da desaceleração do comércio eletrônico. “Como era esperado, o ano de 2022 foi marcado por um crescimento moderado do e-commerce brasileiro e pelas incertezas financeiras do consumidor para 2023. Tais fatores contribuíram para a queda diante dos anos anteriores, porém, o período ainda apresentou altos números de golpes, e os consumidores e varejistas precisam ficar atentos”, finaliza.

(*) Crédito da capa: LoboStudioHamburg/Pixabay