Entre os dados sobre o comércio varejista divulgados ontem (17) e o relatório sobre os serviços, divulgado no dia anterior, economistas demonstram otimismo quanto ao PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre de 2023. Em novembro, o crescimento apurado no varejo ampliado, que engloba veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacarejo de alimentos, foi de 1,3%, divulga o InfoMoney.

O indicador restrito, excluindo essas vendas, teve uma variação positiva de 0,1%, após uma queda de 0,3% em outubro.

A XP ressaltou em seu relatório a melhora acentuada nas vendas de veículos e nas atividades de autoatendimento para alimentos e bebidas. A campanha promocional da Black Friday, especialmente em produtos eletrônicos, também impulsionou as atividades varejistas, segundo a análise.

Apesar de reconhecerem que as taxas de crescimento em novembro devem ser interpretadas com cautela devido aos efeitos da Black Friday e às flutuações nas vendas de veículos, os dados recentes corroboram a perspectiva de resiliência nos gastos das famílias.

Com a expectativa de uma leitura positiva para dezembro, confirmando estimativas de manutenção dos gastos pessoais em bom nível, a projeção da XP Tracker para o PIB do quarto trimestre passou de -0,1% para estabilidade (0,0%), em comparação com o trimestre anterior.

Outras análises

Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, concorda que a composição do índice em novembro é positiva, indicando um crescimento generalizado do varejo no mês. Salles e o C6 Bank projetam um PIB de 3,0% para 2023 e um crescimento de 2,9% na PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), ligeiramente reduzido para 2,7% em 2024. Quanto ao PIB, estimam um crescimento de 1,5% neste ano.

O Itaú destaca que seu indicador diário de atividade, o IDAT, aponta alta tanto no varejo restrito como no ampliado em dezembro, sugerindo uma nota positiva para o quarto trimestre.

O Bradesco, com base nos resultados de novembro, reforça a visão de um varejo mais dinâmico do que o esperado, prevendo um crescimento de 2,9% em 2023 impulsionado pelo consumo das famílias. O banco também projeta um bom desempenho do consumo das famílias em 2024, com aumento real da massa de renda e avanço do crédito.

Por sua vez, o Goldman Sachs ressalta que, apesar da volatilidade nas impressões mensais devido à introdução de uma nova amostra de atividades, a atividade varejista deve continuar se beneficiando de estímulos fiscais e de uma expansão sólida do rendimento disponível real das famílias. No entanto, condições monetárias restritivas e o elevado endividamento das famílias podem mitigar essa projeção.

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