Assim como suas concorrentes, a Accor também viu sua retomada pós-Covid ganhar tração definitiva no ano passado, apontam números do balanço financeiro consolidado divulgado hoje (23). Em 2022, a operadora europeia teve receita de € 4,22 bilhões, aumento de 80% frente a 2021 e de 4% na comparação com 2019.

Já o Ebtida bateu em € 675 milhões, ante € 22 milhões no ano fiscal anterior, enquanto o lucro líquido chegou a € 402 milhões, em comparação com € 85 milhões em 2021. O fluxo de caixa recorrente do grupo francês, por sua vez, voltou ao território positivo em 2022 (€ 373 milhões), revertendo um quadro de queima de caixa de € 246 milhões no ano anterior.

Com isso, a dívida líquida da Accor fechou o ano fiscal em queda de 10,08%, cedendo de € 1,844 bilhão para € 1,658 bilhão. Em comunicado ao mercado, a operadora francesa informou que três fatores explicam a redução no endividamento, além de compensar a transação de compra total da Paris Society, ocorrida em novembro passado.

  • Geração de caixa proveniente da recuperação do negócio ao longo de 2022.
  • Venda de uma participação de 10,8% na Ennismore por € 185 milhões, anunciada em 21 de junho de 2022.
  • Venda parcial de ações do H World Group Ltd (Huazhu) por € 154 milhões antes do final do ano.

A rede informou ainda que, ao fim de dezembro de 2022, detinha uma posição de liquidez de € 2,8 bilhões. O montante, segundo a companhia, inclui uma linha de crédito não utilizada de € 1,2 bilhão.

Mais números

A receita para atingir esses bons números foi praticada por toda hotelaria mundial. Com a demanda reprimida explodindo, a Accor conseguiu elevar bem a diária média ao longo do ano, o que era algo estritamente necessário diante da pressão inflacionária mundial. Esse movimento impactou positivamente no RevPar global da empresa, já que a ocupação fechou abaixo de 2019.

Accor - resultados financeiros 2022 - Sébastien Bazin

Bazin: performance seguiu retomada do turismo

Em relação a 2019, o RevPar global da rede francesa fechou o ano com alta de 2% (para € 62). No último trimestre, contudo, a expansão verificada foi de 15% (para € 69) na mesma base de comparação, indicando que o patamar pré-pandemia foi superado. A diária média, por sua vez, teve incremento de 17,4% frente a 2019, enquanto a ocupação cedeu 9,1%.

“O turismo se recuperou substancialmente em 2022 e o nosso desempenho, em forte alta em todas as regiões, refletiu essa retomada. Superamos nossas metas financeiras e não financeiras, e podemos olhar agora para o futuro com serenidade”, afirma Sébastien Bazin, Chairman CEO da Accor.

“Nossas marcas são atraentes, nossa distribuição é poderosa, nossas equipes são talentosas e motivadas, bem como nossa organização foi adaptada para capturar o crescimento futuro de forma ainda mais eficaz. Estas valências aliadas à cultura genuína do grupo, dão sentido à nossa ação”, completa.

Em referência ao ano vigente, a operadora francesa também revelou que prevê expansão de 5% a 9% no RevPar frente ao ano passado. “Em 2023, nossa ambição é manter nosso crescimento e reforçar nossa liderança, continuando a evoluir os valores da indústria hoteleira e continuar sendo o parceiro ideal de nossos investidores e hóspedes.”

Accor - resultados financeiros 2022 - info

(*) Crédito da capa: Peter Kutuchian/Hotelier News

(**) Crédito da foto: Divulgação/Accor

(***) Crédito da tabela: Accor