Reunindo mais de 500 inscritos presencialmente, a 10ª edição da Adit Share foi oficialmente aberta há pouco, no Thermas dos Laranjais, em Olímpia (SP). O congresso de multipropriedade e timeshare conta com a presença dos principais players dos dois segmentos, reunindo ainda um amplo número de participantes online, além de executivos de operadoras hoteleiras. A cerimônia de abertura foi presidida por Caio Calfat, presidente da Adit Brasil, e Martín Diaz, superintendente da entidade.

Logo no pontapé inicial, Diaz pontuou o crescimento do evento ao longo desta década, ressaltando que, para a entidade, essa é uma edição histórica. “Para nós, é motivo de muita felicidade realizar essa edição aqui em Olímpia, o que reforça o crescimento que temos registrado nos últimos anos. A indústria amadurece mais e as pessoas estão compartilhando seus aprendizados ao longo desses 10 eventos”, destaca.

Em seguida, Calfat cumprimentou os presentes e lembrou que Olímpia foi escolhida como sede desta edição ainda no evento do ano passado, realizado em Atibaia (SP). “Sem o apoio dos empresários, órgãos públicos e o trade local, não seria possível realizar um evento desta magnitude, com um número tão grande de participantes, como estamos fazendo aqui”, acrescenta.

Durante a abertura do evento, Calfat também falou a respeito dos desafios que o setor de turismo vem enfrentando, como a alta das passagens aéreas e a possibilidade de uma quarta onda de Covid-19, com aumento do número de casos em vários estados brasileiros. “Temos esses desafios à frente e, mesmo com todos eles, o trade e o público em geral ainda têm se interessado pelas nossas iniciativas. Isso é extremamente gratificante”, comentou.

Estudo de multipropriedade

Logo após a cerimônia de abertura da Adit Share, Calfat apresentou o estudo Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil. No levantamento, o executivo trouxe dados acerca do desempenho do segmento que, segundo ele, cresceu de forma substancial nos últimos 10 anos e tem grande potencial para continuar avançando. Consultora da Caio Calfat Real Estate Consulting, Viviane Bianchini também participou da apresentação dos resultados.

De acordo com os dados do estudo, 28 novos empreendimentos tiveram início de comercialização de 2021 para 2021, totalizando 6,5 mil novas apartamentos e mais de 185 mil frações. “Em relação ao ano passado, tivemos evolução de 21,88%, com 156 projetos lançados, frente às 128 registradas no ano anterior, totalizando quase 30 mil UHs e 767 mil frações, superando as 582 mil do ano anterior”, destaca Calfat.

Além disso, o estoque segue em tendência de queda. Neste ano, o indicador ficou em 42,50%, frente aos 49% do ano passado. “Não existe nada pior para a saúde do mercado do que haver desequilíbrio entre oferta em demanda, porque a superoferta acaba provocando queda de preços, o que é uma situação muito difícil de reverter”, continua o executivo, reforçando que, apesar da queda, o estoque ainda continua mais alto. “No mercado imobiliário em geral, 30% de estoque é ainda considerado saudável, mas essa redução nos traz otimismo.”

Dados por região

No recorte regional, o Sul conta com o maior número de projetos, somando 38 empreendimentos e 6,3 mil UHs lançados até ano passado. O Nordeste, com 33 propriedades e 5,9 mil acomodações, vem na sequência. A região Sudeste ocupa a terceira posição, com 26 empreendimentos e 4,3 mil UHs.

“No relatório do ano que vem, os empreendimentos mais antigos, que estão no mercado, há pelo menos cinco anos, serão retirados da conta geral e passarão a integrar um relatório específico. Essa metodologia visa melhorar o entendimento do panorama do setor, comparando o desempenho ao longo dos anos”, afirma Viviane em sua fala na Adit Share.

Por fim, Calfat disse que a entidade vem acompanhando as denúncias relacionadas a operações irregulares no mercado. “Já recebemos diversas denúncias de empreendimentos sem incorporação registrada, pirâmides de multipropriedade, entre outros casos. Nossa função é mostrar caminhos, orientar e apresentar manuais de boas práticas. As denúncias deverão ser feitas aos órgãos reguladores”, acrescenta.

(*) Crédito da capa: Vinicius Medeiros/Hotelier News 

(**) Crédito do infográfico: Caio Calfat Consulting