Depois do Google, Facebook demonstra interesse na indústria de viagens; saiba mais
14 de junho de 2017O Google criou interesse na indústria de viagens já há um bom tempo. As viagens são uma das suas principais fontes de receita em anúncios. Somente o Priceline Group teria gasto uma grande parte do seu orçamento de Marketing (US$ 3,5 bilhões) na plataforma de busca em 2016.
Agora, o Facebook, que possui 1,7 bilhão de usuários ativos e penetração em mais de 200 países, está começando a considerar as oportunidades presentes no setor de viagens. Mas, seria tarde demais para isso?
Por Stephen Taylor, da Sojern
Quando o Facebook descontinuou a ferramenta ad exchange no início de 2016, muitas marcas de empresas de viagens deixaram de usar o canal, agora limitado para anúncios dinâmicos. Só que, anúncios desse formato são mais adequados para o e-commerce e não possuem parâmetros que permitam anúncios relacionados a viagens.
Os feeds de inventário em tempo real são um exemplo. O risco de informar o valor errado de um ticket aéreo é grande e poderia ser mal interpretado pelos consumidores, a ponto de levar a uma ação judicial, particularmente na Europa, onde o ambiente regulatório é ainda mais severo que nos Estados Unidos. Adicione a isso o fato de que os feeds de inventário em tempo real foram elaborados para sites e não para a publicidade programada – onde você dispõe de 40 milissegundos para receber o sinal verde e mostrar o anúncio ao consumidor. Ou seja, uma receita potencial para o desastre.
O mérito do Facebook foi reconhecer rápido que os anúncios dinâmicos não se adequavam às empresas de viagens, onde o grande número de considerações de compra por parte do consumidor – onde, quando, com quem, e assim por diante – está atrelado à rápida mudança de preço e disponibilidade do produto, um desafio de Marketing significativo para a indústria de viagens. No entanto, no final do ano passado, o Facebook lançou a ferramenta Dynamic Ads for Travel (DAT), que atendeu no primeiro momento, o setor hoteleiro e posteriormente, expandiu para destinos e para as reservas de voos mais baratos.
O DAT deu certo: ele combina o melhor dos anúncios dinâmicos com parâmetros relevantes para viajar, tais como: datas específicas de chegada e partida, número de viajantes, classificações por estrela e códigos de aeroportos. Ele também cria oportunidades de vendas, mostrando opções de hotéis com filtros de preço e localização.
O Facebook que antes não possuía tanta visibilidade no desempenho de Marketing de viagens, está revertendo o quadro à medida que os anunciantes se conscientizam do seu enorme potencial em trazer à tona, conteúdos altamente segmentados, empurrando o custo por reserva para baixo e elevando as receitas. Outra grande vantagem para as marcas é de que o Facebook exerce influência entre seus usuários, experimentada por meio da interação entre os pares durante os primeiros estágios que definem a decisão de compra por parte do viajante.
A indústria de viagens é enorme. Pode ser que não haja espaço para o Google e para o Facebook coexistirem. Mas por enquanto, a maior rede social do mundo está começando a escancarar a porta entreaberta.
* Crédito da imagem: Pixabay/geralt