Enquanto estudo divulgado em julho pelo Serasa apontava, pela primeira vez no ano, queda na inadimplência, o cenário de pesquisa mais recente não é tão animador. De acordo com o Raio X da Inadimplência Brasileira, publicado hoje (7) pelo InfoMoney e desenvolvido pelo Instituto Locomotiva em parceria com a MFM Tecnologia, 77% das famílias brasileiras estão endividadas. Desses lares, 60% afirmam que a principal fonte de dívida é o cartão de crédito, 4% acima do constatado pelo estudo em 2022.

A proporção de brasileiros que mencionam empréstimos e financiamentos como fonte de dívidas atingiu 43%, registrando um aumento de 3% em comparação com o ano anterior. Além disso, os cidadãos do país também enfrentam dívidas relacionadas ao cheque especial (19%), contas de serviços básicos como luz, gás e água (17%), impostos como IPVA e IPTU (15%), despesas com celular (14%), e compras realizadas em lojas de departamento (12%).

Outras pendências financeiras incluem contas de assinaturas de internet e TV a cabo, representando 10% do total, seguidas por gastos relacionados a planos de saúde (6%), compras em supermercados (5%), mensalidades escolares (4%), taxas de condomínio (4%), produtos adquiridos para revenda (3%), lojas de artigos esportivos (1%) e outros (2%).

Motivos e influências

A pesquisa do Instituto Locomotiva averiguou, ainda, o que faz com que tantas pessoas se endividem, e a falta de planejamento financeiro liderou a lista de razões, com 36%. Perda de emprego veio em seguida, com 31%, e, por fim, gastos imprevistos com saúde, com 30%, ficou em terceiro lugar entre os mais citados. Surpreendentemente, a pesquisa aponta um aumento no otimismo em relação à saída da inadimplência, com 39% dos entrevistados afirmando ter certeza de que conseguirão pagar suas dívidas, em comparação com apenas 25% em 2022.

P estudo revela que 59% dos endividados consideram que o acesso a informações de qualidade sobre educação financeira teria um impacto significativo em sua qualidade de vida financeira. Além disso, 41% dos entrevistados acreditam que o acesso a serviços públicos gratuitos, como creches com horário estendido, poderia ter um impacto positivo em suas vidas financeiras.

Enquanto as redes sociais foram consideradas grandes fontes de influência negativa no que diz respeito à vida financeira para 26% dos endividados, 27% considera os cônjuges fontes de boa influência.

(*) Crédito da foto: Obsahovka/Pixabay