Desde outubro de 2023, quando a Choice Hotels divulgou uma oferta hostil de aquisição, a Wyndham Hotels & Resorts vem desembolsando grandes quantias para apagar o incêndio provocado pela concorrente. De acordo com executivos da rede, os resultados financeiros do ano passado foram prejudicados pelo trabalho feito para rejeitar a proposta e atender às preocupações de investidores.

Segundo divulgado pelo Skift, a conta até agora chega aos US$ 75 milhões. Desde que a Wyndham recusou veementemente a oferta da Choice, os executivos têm sido prejudicados pela prevenção de fusão de ambas as empresas.

Ao anunciar o balanço de 2023, Geoff Ballotti, presidente e CEO da Wyndham, comemorou os resultados, mas destacou o esforço da rede frente às distrações e incertezas geradas pela oferta da Choice. “É um esforço tremendo”, disse o executivo. “Nosso quarto trimestre recorde poderia ter sido melhor, tanto nacional quanto internacionalmente, sem o ruído.”

Os custos incluem negociar e depois rejeitar a Choice Hotels, responder a perguntas antitruste da Comissão Federal de Comércio dos EUA (apenas US$ 15 milhões) e esclarecer questionamentos de quatro procuradores-gerais estaduais dos EUA.

Os executivos descreveram a revisão regulatória como uma “distração”. Eles consideraram pedidos onerosos de procuradores-gerais de Washington, Colorado, Kansas e Vermont, que estão conduzindo investigações.

A Wyndham ainda apontou um pedido de advogados que solicitaram uma lista de propostas de serviços de franquia nos últimos cinco anos, incluindo notas detalhadas sobre todos os aspectos das ofertas.

Desigualdade nos resultados

A operadora hoteleira relatou resultados anuais que sugerem que a proposta de fusão da Choice Hotels pode ter distraído a liderança da Wyndham e levado a um desempenho inferior em relação ao potencial da empresa.

  • O lucro líquido caiu 18% ano a ano, para US$ 289 milhões.
  • A receita líquida caiu 6% ano a ano, para US$ 1,397 bilhão.
  • A receita por quarto disponível em todo o mundo aumentou apenas 5%, para US$ 43,10.

Ballotti disse que a incerteza entre os potenciais franqueados sobre uma possível fusão criou “um ambiente de vendas mais desafiador”. Segundo o CEO, alguns proprietários agiram mais lentamente no compromisso com os negócios.

A equipe de vendas da Choice Hotels também tomou ações não especificadas, presumivelmente falando mal das marcas da Wyndham, para tornar o cenário de negócios mais “competitivo”, alegou Ballotti.

Nos últimos três meses de 2023, a empresa concedeu apenas três novos contratos para a marca ECHO Suites Extended Stay by Wyndham. Esse ritmo representou uma queda acentuada no fluxo de negócios, considerando que a rede havia reunido cerca de 260 compromissos no início do ano.

Expansão acelerada

Apesar das distrações, Wyndham bateu vários recordes em sua expansão no último trimestre de 2023.

  • O número de quartos sob gestão aumentou 5% ano após ano, um ritmo recorde para a empresa;
  • Fechou 2023 com cerca de 872 mil quartos;
  • Abriu 500 hotéis com um recorde de 66 mil quartos, 11% a mais que o número inaugurado no ano anterior;
  • Seu pipeline de desenvolvimento hoteleiro expandiu para um recorde de 240 mil, um aumento de 10% ano após ano;
  • Cerca de 70% do seu pipeline é para marcas de “escala média e superior”, o que significa que a empresa está se afastando de suas raízes em hotéis econômicos;
  • As assinaturas de contratos internacionais ficaram 30% acima do nível pré-pandemia de 2019, sinalizando que a Wyndham está diversificando sua presença para ter mais presença fora da América do Norte;
  • A rede melhorou o percentual de retenção de imóveis (para que não saiam para se juntar a outras marcas ou fechar) para um recorde de 96% em todo o mundo.

Vale ressaltar que, na América Latina, a Wyndham encerrou 2023 com 45 novos contratos de hotéis, adicionando mais de 8 mil quartos ao seu inventário.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Wyndham Hotels & Resorts