A Choice Hotels International confirmou ter feito uma oferta hostil de quase US$ 10 bilhões para aquisição da Wyndham Hotels & Resorts. O anúncio, segundo a rede norte-americana dona das marcas Comfort e Clarion, ocorre após o colapso de seis meses de negociações para tentar criar uma das maiores operadoras do mundo.

A decisão pela oferta ocorreu depois que Wyndham decidiu abandonar as negociações em estágio final para a concretização de um acordo nas últimas semanas, após rejeitar duas ofertas de seu rival, informou a Choice hoje (17), em comunicado enviado à imprensa.

“Há algumas semanas, a Choice e a Wyndham avançavam em uma negociação amigável em termos de preço, e ambas as partes reconhecem a oportunidade de valor que esta transação potencial representa. Ficamos, portanto, surpresos e desapontados com o fato de a Wyndham ter decidido abandonar as conversas”, disse Patrick Pacious, CEO da Choice, informou o Financial Times.

“Embora tivéssemos preferido continuar as discussões com a Wyndham em privado, devido à sua relutância em prosseguir, sentimos que há muito valor para os franqueados, acionistas, associados e hóspedes de ambas as empresas se não esta transação não prosseguir”, complementou Pacious.

Sediada em Maryland, a companhia fez há pouco tempo a aquisição da Radisson Hotel Americas. Em seu portfólio, a empresa possui marcas como Radisson, Econo Lodge e Sleep Inn e tem um valuation de US$ 6,1 bilhões. A Wyndham, por sua vez, é dona de bandeiras como La Quinta e Ramada e tem um valor de mercado de cerca de US$ 5,7 bilhões.

A potencial união criaria uma das maiores redes de hotéis econômicas nos EUA, além de ambas deterem um inventário  significativo no exterior, o que inclui o Brasil. Por aqui, algumas operadoras nacionais administram propriedades com marcas das duas companhias, entre elas a Atlantica Hospitality International.

A Choice tem 7.827 hotéis no seu portfólio em todo o mundo, sendo a esmagadora maioria no mercado norte-americano. Já a Wyndham tem cerca de 9,1 mil propriedades globalmente, com 845 mil quartos no portfólio. Ambas têm nas franquias seu modelo de negócio principal.

As negociações

A última oferta da Choice é a terceira enviada à Wyndham desde que as conversas a cerca de um possível M&A (Merge & Acquisition) começaram, há seis meses. Na primeira, em abril, a dona da Comfort ofertou US$ 80 por ação, sendo a maior parte com papéis da empresa.

Há um mês, as negociações evoluíram para US$ 85 por ação, ao mesmo tempo em que a Choice elevou a parte da oferta em dinheiro. A Wyndham acabou rejeitando ambas, embora a Choice tenha afirmado que a rival reconheceu os benefícios de uma fusão, que poderia criar sinergias anuais no valor de US$ 150 milhões.

Em paralelo, a Wyndham levantou questões sobre o valor das ações da Choice e possíveis barreiras ligadas à aprovação regulatória do negócio, informou a Choice em seu comunicado. A empresa acrescentou que a parte em dinheiro de sua oferta seria financiada com uma combinação de dinheiro em caixa e emissão de dívida.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Choice Hotels