Com executivos de desenvolvimento espalhados por vários países da América Latina, a Wyndham Hotels & Resorts segue firme em seu projeto de expansão na região. Após registrar um recorde de assinaturas em 2022, com destaque para o importante acordo firmado com o Palladium Hotel Group, a rede norte-americana encerrou o ano passado com 45 novos contratos no mercado latino-americano, adicionando mais 8.176 quartos ao inventário.

Pelo que apurou o Hotelier News, que teve acesso a dados de contratos fechados pelas grandes redes internacionais na região, o time comandado por Maria Carolina Pinheiro foi o que mais quartos adicionou ao portfólio ao longo do ano passado. Já em uma análise por número de hotéis, a liderança ficou com a Marriott International (48 e 7296 UHs). Só no Brasil a Wyndham teve 13 assinaturas, com destaque para o Wyndham São Paulo Ibirapuera Convention Plaza Hotel, já nos últimos dias de 2023.

“Foi um ano bastante positivo, considerando que quase repetimos as 49 assinaturas de 2022 sem ter um grande acordo como o que firmamos na ocasião”, comemora a vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina da Wyndham, referindo-se à parceria fechada com o Palladium Hotel Group, que, sozinha, foi responsável por adicionar 16 propriedades ao portfólio da rede norte-americana. “Não teremos um negócio desse tamanho todo ano, né?”, acrescenta.


Algumas das assinaturas

  • Days Inn by Wyndham Uberlândia (Minas Gerais, Brasil)
  • Wyndham São Paulo Ibirapuera Convention Plaza Hotel (São Paulo, Brasil)
  • Wyndham Primeiro de Maio Resort (Paraná, Brasil)
  • Wyndham Alltra República Dominicana (República Dominicana)
  • Wyndham Santa Marta (Colômbia)

Maria Carolina acrescenta que, dos acordos firmados no ano passado, 65% são greenfield, com o restante proveniente de conversões. “No caso do Brasil, por exemplo, 80% dos projetos assinados são de new buildings, sendo a metade deles no modelo de multipropriedade”, revela a executiva. “No total, temos 100 contratos assinados para abrir até 2029 na América Latina. México, Brasil e a região do Caribe lideram esse pipeline“, acrescenta.

Perspectivas

Para 2024, as expectativas da Wyndham para a região são ainda maiores do que no ano passado. Segundo Maria Carolina, o objetivo é chegar no número mágico de 50 contratos, dos quais de 10 a 13 seriam no mercado brasileiro. “Atualmente, estamos com equipes na Colômbia e no Chile para ampliar as assinaturas nessas praças”, revela. Quando questionada pelo Hotelier News se o foco para este ano seria em produtos corporativos ou de lazer, considerando o olhar atento da empresa à multipropriedade, a executiva disse que busca um mix equilibrado.

WYNDHAM - Maria Carolina Pinheiro

Maria Carolina mira 13 contratos no Brasil este ano

“Vejo oportunidades em ambos. Hotéis de negócios em cidades secundárias e terciárias em todos os países da região têm grande potencial, por exemplo. Há também apelo para praças com perfil mais voltado para o lazer, como a República Dominicana, onde enxergo espaço para produtos corporativos com nossas marcas Days Inn e TRYP. Há volume de grupos corporativos que justifique isso”, comenta.

Em relação ao Brasil, é certo que a possível revogação do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) abrirá oportunidades de conversão, criando uma “dança das cadeiras” entre as operadoras hoteleiras no país. Perguntada sobre a questão, Maria Carolina diz que não foca muito nisso.

“Por aqui, temos a Luciana Kuzuhara totalmente focada em projetos greenfield, e a maioria deles está nos segmentos de lazer e de multipropriedade. Vejo o mercado brasileiro evoluindo, obviamente ainda não como naquele período pré-Copa do Mundo”, continua.

Em relação ao perfil do investidor, Maria Carolina disse que, em cidades secundárias e terciárias, normalmente são empresários locais – ou um pequeno grupo deles. “Ainda acredito no condo-hotel, que foi o principal vetor do crescimento da hotelaria nacional, mas não no volume do passado. Também vejo muito potencial na multipropriedade, obviamente”, destaca. “Em outros mercados na região, como na Colômbia, vejo os investidores institucionais mais cautelosos, o que vem abrindo espaço para incorporadores, que têm ficado com parte dos apartamentos”, continua.

Bem, a meta está traçada. Vamos ver se o time da Wyndham consegue atingi-la. Acredito que trabalho e muita conversa não faltarão. No ano que vem, voltamos com esse balanço. Boa sorte, Carol!

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Wyndham Hotels & Resorts