Este ano promete ser um período de intensa atividade no setor hoteleiro global, impulsionado por um ambiente de financiamento mais positivo em comparação com o ano anterior. Segundo a JLL Hotels & Hospitality, empresa de consultoria em investimentos, é esperado um aumento entre 15% e 25% nas fusões e aquisições hoteleiras em relação a 2023.

De acordo com o relatório de perspectivas de investimento global em hotéis em 2024, obtido pelo Skift, a JLL prevê que pelo menos US$ 58 bilhões em transações serão concretizadas este ano. A firma, que facilitou mais de US$ 60 bilhões em ativos hoteleiros ao redor do mundo nos últimos cinco anos, destaca diversos motivos para essa retomada no setor.

Um dos fatores-chave é a proximidade do término do prazo de vida útil de alguns fundos de private equity, que precisarão redistribuir o capital aos investidores. Isso pode incentivar uma busca ativa por oportunidades de investimento antes que os fundos expirem.

Além disso, muitos proprietários de hotéis enfrentam desafios em mercados que ainda lutam para se recuperar da pandemia, como São Francisco, Bangkok e Cidade do México. A iminência do vencimento de empréstimos pode levar os proprietários a buscar a venda de ativos como uma solução para seus problemas financeiros.

A companhia destaca que cidades importantes, como Londres, Los Angeles, Paris, Nova York, Sydney e Tóquio, serão os focos de maior interesse dos investidores. A expectativa é de que os preços se fortaleçam, especialmente em Londres, que pode atrair investidores devido à demanda reprimida.

Propriedades de luxo, serviços selecionados e estadas prolongadas serão as mais procuradas, e espera-se que grandes grupos hoteleiros desempenhem um papel significativo nas negociações.

Com a desaceleração na construção de novos hotéis devido aos altos custos de e contínuas interrupções nas cadeias de suprimentos e mão de obra, grupos hoteleiros estão voltando sua atenção para persuadir proprietários de propriedades existentes a converterem-se em suas marcas. No entanto, a competição por essas propriedades é intensa, o que pressionará os grupos hoteleiros a buscar crescimento líquido por meio da aquisição de portfólios.

Fatores históricos

O ano de 2023 foi particularmente desafiador para as transações hoteleiras, atingindo o segundo nível mais baixo em uma década, superado apenas pelo excepcional ano de 2020, marcado pela pandemia. A elevação nas taxas de juros fez com que muitos compradores e vendedores adiassem negociações, acreditando que os custos da dívida não subiriam mais e poderiam até mesmo moderar.

As transações globais no ano passado totalizaram US$ 50,5 bilhões, em comparação com os US$ 73 bilhões e US$ 73,4 bilhões de 2022 e 2021, respectivamente. No entanto, a JLL acredita que 2024 trará um boom nas transações hoteleiras, com um aumento nas atividades de compra e venda.

(*) Crédito da foto: João Marcelo Martins/Unsplash