A passagem de um ciclone extratropical no Rio Grande do Sul vem, desde o último dia 4, afetando milhares de pessoas em 88 municípios, entre enchentes, fortes rajadas de vento e chuva de granizo. O turismo gaúcho sofreu intensos prejuízos, entre cancelamentos de eventos, leitos comprometidos, e atrações e estradas completamente destruídas. Diante dos acontecimentos, uma onda de solidariedade se instaurou no setor e o movimento Turismo Unido foi criado, incentivando ações para o auxílio dos mais afetados pela tragédia. 

O governo do estado já contabiliza 46 mortes, além de outras 46 pessoas desaparecidas. A cidade de Muçum segue sendo a mais afetada, com 16 mortes confirmadas e 30 desaparecidos. Até agora, 150 mil e 341 pessoas foram afetadas pelas chuvas, com 11 mil e 642 desalojados e 3 mil e 789 desabrigados. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e uma comitiva de ministros estiveram no Rio Grande do Sul e se reuniram com prefeitos. O governo federal anunciou R$ 741 milhões em ajuda aos locais afetados. Já o governo estadual criou uma conta com chave pix para receber doações e ajudar as vítimas, conforme aponta artigo da Agência Brasil.

De forma presencial e online, nasceu o movimento Turismo Unido, que visa impulsionar uma onda de solidariedade aos conterrâneos gaúchos que precisam reconstruir suas vidas após a enchente que atingiu o estado na última semana.  A Secretaria Estadual de Turismo e outras entidades, como a Transforma RS, Abav, ABIH-RS, Resorts Brasil, prefeitura de Porto Alegre, prefeitura de Gramado, entre outras, decidiram diagnosticar junto aos municípios e departamentos de turismo quais foram os impactos ao setor e realizar levantamento sobre possíveis “descartes solidários” de hotéis quanto a artigos de cama, mesa e banho.

Além disso, foi proposta articulação junto a parques para uma campanha que destine de 5% a 10% das entradas nos meses de setembro e outubro que seriam repassados a uma conta específica para auxílio aos necessitados, levantamento de situações singulares em que será necessário a disponibilidade de linhas de crédito e financiamento para a reconstrução de estabelecimentos do setor turístico e, além disso, players do setor têm entrado em contato com os órgãos competentes para doações em dinheiro.

Os danos

Em levantamento preliminar realizado em 37 dos municípios afetados, os danos e prejuízos ao setor turístico gaúcho estão na casa dos milhões de reais e o tempo necessário para a reconstrução e reparo da estrutura turística varia entre 10 dias e 36 meses. Nas cidades de Muçum e Roca Sales, estima-se que a perda de leitos tenha sido, praticamente, total, enquanto que, em outras 8 cidades, a estimativa está em 58 quartos inutilizáveis devido ao desastre. 

Nove das 37 cidades registram grave comprometimento das redes de energia e sete registram graves danos à rede gastronômica (restaurantes, bares e afins). Além disso, atrativos turísticos privados como glampings, museus e parques foram danificados em oito municípios. 

(*) Crédito da foto: wayhomestudio/Freepik