Se em abril o turismo nacional ficou 38,3% abaixo do registrado no igual período em 2019, maio apontou mudanças positivas de cenário. De acordo com a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o faturamento para o setor turístico no Brasil foi de R$ 9,6 bilhões – o que representa alta de 47,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Ainda que o segmento esteja dando seus primeiros passos rumo à recuperação, ainda está longe dos índices pré-crise.

É importante ressaltar que essa comparação é feita com uma base bastante fragilizada, ou seja, com o auge da pandemia, que foram os meses de março, abril e maio do ano passado. Já no acumulado do ano, o turismo nacional apresenta redução de 9,8%, uma queda de faturamento de R$ 5,1 bilhões.

Quando comparamos maio de 2021 com o mesmo período em 2019, o cenário torna-se desafiador. A queda de faturamento, levando em consideração a inflação, é de 31,2% – redução de R$ 4,3 bilhões. No quinto mês do ano, o transporte aquaviário foi o único, dentre os seis grupos de atividades analisados, que superou os patamares pré-pandemia, com alta de 20% na mesma base de comparação.

O setor aéreo segue como a maior perda em relação a maio de 2019 – de 50,5% – metade do que se faturava há dois anos (R$ 4,2 bilhões). Os números são consequência da queda de demanda de passageiros de 43% no mesmo período. Em contrapartida, as companhias têm retomado a malha aérea gradativamente, podendo voltar a 90% até o fim de 2021.

Já os setores de restaurantes e alojamentos faturaram 33,5% abaixo do valor de maio de 2019 – R$ 2,8 bilhões. A variação se assemelha ao registrado por atividades culturais, recreativas e esportivas, com queda de 33,8%.

O conjunto de atividades de locação de veículos, agências e operadoras de turismo, entre outros serviços de turismo, registrou queda de 13,2% em maio em relação a 2019. Apesar da baixa, o mercado de aluguel de veículos tem crescido e as empresas estão mais animadas, até por conta de remodelações nas modalidades de locação, como a de longo prazo. Já as agências e as operadoras estão otimistas para uma recuperação no fim do ano, mas ainda ficam na expectativa sobre possíveis anúncios de fechamento e restrições de circulação. Por fim, o setor de transporte terrestre, que teve queda, em maio, de 6,6%.

Turismo nacional e os impactos da vacina

Na última reunião do Conselho de Turismo da FecomercioSP, o Portal Viagem na Viagem apresentou uma pesquisa em que 92% dos entrevistados acreditam que é importante tomar a segunda dose antes de retomar a rotina de viagens. Os dados reforçam a ideia de que apenas a imunização em massa permitirá que o setor se recupere completamente.

A entidade acredita que outras iniciativas como redução das restrições, ampliação de ofertas turísticas e aceleração da vacinação terão impacto positivo e consistente no segmento. “Nossa recomendação aos empresários ainda é a de equilibrar otimismo e cautela, entendendo que há uma grande demanda esperando somente a segunda dose para colocar em prática os planos de viagem, porém muito sensíveis às informações ligadas à segurança nos equipamentos e nos destinos”, reforça Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP.

(*) Crédito da foto: gabyps/Pixabay