A Trivago optou por não ingressar na unidade de publicidade que o Google lançou em maio para atrair reservas de hotéis. A decisão contribuiu para o baixo desempenho da OTA no segundo trimestre. Isso é um alerta para quem trabalha com distribuição e ainda não aprendeu que é impossível brigar com a gigante de tecnologia.

A ausência da Trivago na nova unidade, ao contrário de rivais como Booking.com, Priceline e Expedia, impactou negativamente nos resultados da empresa. No segundo trimestre, a companhia registrou queda de 14% em receita em relação ao mesmo período do ano anterior, aponta o Skift. Matthias Tillman, diretor financeiro da OTA, disse que a marca decidiu não participar dos anúncios de promoção de propriedades do Google, que tem apostado em diversas estratégias voltadas para o setor, porque a companhia já faz parte de outra ferramenta de anúncios de hotéis do buscador, e o desempenho registrado foi aquém do que se esperava.

“Não participávamos desse formato de anúncio antes desse lançamento e, quando ele ganhou mais visibilidade em detrimento de veiculações de anúncios tradicionais, perdemos volume de tráfego”, disse o executivo ao Search Engine Land.

Entendendo o cenário

Quando novos produtos publicitários são lançados, principalmente em gigantes da indústria como o Google, as marcas devem se certificar de que estão atentas e não descartar tão rapidamente o potencial do recurso. Se o risco financeiro é uma preocupação, talvez faça mais sentido testar um novo produto em escala menor ao invés de desconsiderá-lo completamente.

Também é importante que os profissionais de marketing garantam o monitoramento constante do desempenho de sites e campanhas. Ainda no segundo trimestre, a Trivago anunciou que os gastos com anúncios nos EUA diminuíram 10%, para US$ 32,9 milhões. A empresa também gastou menos com publicidade na Europa, em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Nossa confiança nos mecanismos de busca, principalmente no Google, que promovem seus próprios produtos e serviços que competem diretamente com nossa busca de acomodação e podem impactar negativamente nosso negócio, desempenho financeiro e perspectivas”, finaliza um porta-voz da OTA.

(*) Crédito da foto: PhotoMIX-Company/Pixabay