Três perguntas para: Gefferson Alves
28 de outubro de 2020Formado em administração pela PUC São Paulo (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Gefferson Alves tem uma longa trajetória de estudos passando por MBA na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e formação no exterior, incluindo a University of California, Berkeley, Haas School of Business, Cornell Johnson Graduate School of Management e Harvard Business School.
Seu currículo conta ainda com grandes nomes Meliá e Accor. Hoje, atua como consultor onde aplica seu conhecimento de mais de 20 anos no setor da hoteleiro. Com forte enfoque no turismo de luxo, o profissional ama viajar e explorar o litoral do Nordeste. “E, sempre que possível visito São Paulo, onde possuo familiares e me realizo pessoalmente com a riqueza cultural e gastronômica da cidade”, conta.
Ainda sobre momentos de lazer, Gefferson Alves costuma dividir seu tempo entre aulas de funcional e musculação com o um personal. Gosta ainda de praticar atividades de mindfulness, sempre buscando o equilíbrio entre o corpo, alma e mente.
Três perguntas para: Gefferson Alves
Hotelier News: O Nordeste é uma região que depende muito da malha aérea para o turismo. Como os hotéis locais têm se adaptado à crise e como devem suprir essa demanda dos turistas mais distantes?
Gefferson Alves: Sofremos muito ao longo dos anos e este cenário só se agravou ainda mais com o atual momento. Entendemos que algumas praças como Recife, Salvador e Fortaleza investiram fortemente trazendo alguns hubs, no entanto quando comparamos com destinos mais maduros como Sul e Sudeste a diferença é gritante. O turismo regional tem sido grande responsável pela demanda principal dos finais de semana e feriados. Sabemos que ainda estamos muito distantes de chegarmos a patamares de 2019 que, por sinal, já não eram os melhores. Estamos trabalhando fortemente os canais B2C com alto investimento em mídias, ações comerciais em nosso site e central de reservas com alto foco em diária média e RevPar. O caminho é duro, porém estamos bastante confiantes em 2021 / 2022 com o pós vacina. A gestão eficiente dos custos tem sido cada vez mais fortalecida! Fazer mais com muito menos nunca foi tão importante e sabemos que felizmente será um caminho sem volta.
HN: O outro lado da diminuição de malha aérea é que o público que costumava viajar ao exterior fica restrito ao Brasil. Como o país tem absorvido essa demanda de turistas e houve crescimento na hotelaria de luxo em decorrência da pandemia?
GA: Estamos em um momento importantíssimo onde a combinação das “fronteiras fechadas” e dólar nas alturas faz com que o turista brasileiro viaje pelo Brasil e redescubra o quanto o nosso país é rico em destinos e experiências. Entendo que é mais um momento propício de investir aqui e mostrar o que temos de melhor, mesmo ainda com tamanha limitação aérea. O rodoviário, player importante há poucos anos, está agora voltando com tudo e sabemos que a viagem por este meio também é prazerosa, mesmo que pouco mais demorada e às vezes cansativa.
HN: Em fevereiro de 2019 você seguia uma missão de inserir o Rio Grande do Norte na rota de luxo nacional. O que mudou desde então? Houve alguma mudança em função da crise?
GA: Desde 2017 tenho o Rio Grande do Norte como base e, desde que, por decisão própria me despedi do Vogal Luxury Beach Hotel & SPA, em agosto de 2019, sigo à frente da minha própria consultoria de gestão hoteleira atuando em produtos de segmentos distintos desde o midscale, upscale, lifestyle e luxury em praças como Natal, João Pessoa, Rio de Janeiro, Salvador e Fernando de Noronha.
(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal