Vencedor do Prêmio VIHP (Very Important Hotel Professional) na categoria Gerência de A&B (Alimentos & Bebidas), Everton Machado ostenta uma ampla trajetória no setor hoteleiro. Natural de São Paulo, aos 42 anos de idade o executivo acumula passagens por empreendimentos de diferentes portes e perfis.

Casado e pai de dois filhos, Machado aproveita seu tempo livre para curtir a família e visitar restaurantes, onde prefere degustar bons vinhos. E, como um bom hoteleiro, não poderia deixar de conhecer novas cidades e culturas.

Graduado em Administração pela UniFMU-FIAM-FISP, Machado é também formado como sommelier pela ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) e nível dois e três pela WSET(Wine and Spirits Education Trust). Atualmente, cursa um MBA em Gestão de Projetos pela Anhembi Morumbi.

O executivo iniciou sua trajetória no Transamérica São Paulo, no cargo de cumim, com apenas 18 anos. Mais tarde, com a inauguração do Hilton São Paulo Morumbi, foi convidado a fazer parte da equipe de A&B.

“Ao longo do tempo, fui promovido para treinador departamental, sommelier junior, pleno e, em 2009, assumi o cargo de supervisor de A&B no Hilton. E assim fiquei até meados de 2018”, conta Machado.

Após ganhar experiência em diferentes áreas da gastronomia, o profissional passou a fazer parte do time do Palácio Tangará, onde gerenciou o Tangará Jean-Georges, restaurante contemplado com uma estrela Michelin. “Nesta jornada foram dois anos de muitos projetos de sucesso e muita aprendizagem”, comenta.

Em 2020, migrou para o Royal Palm Hotels and Resorts, onde gerenciou o departamento de A&B de dois empreendimentos. “Foram longos três anos de muita luta, pois a pandemia tomou conta de todo o cenário hoteleiro e eventos. Foram momentos difíceis de muita garra e suor, porém, no final, conseguimos nos reerguer com sucesso”, relembra.

Desde 2022, Everton Machado faz a gestão do A&B do Japy Golf Resort & Hotel, em Cabreúva (SP). “Tem sido bem enriquecedor e desafiador, porém com a certeza que seremos sucesso nos projetos que possuímos, principalmente de nosso futuro centro de eventos e convenções”, finaliza.

Três perguntas para: Everton Machado

Hotelier News: Gerenciar o setor de A&B passa por uma série de desafios. Em sua carreira, você atuou em hotéis de diferentes portes e perfis, além de redes hoteleiras. Quais as diferenças de gestão nesses casos?

Everton Machado: Com a experiência atual, vivenciando o dia a dia de um resort de luxo aqui no interior de São Paulo, observo que as principais diferenças são as expectativas do hóspede e os produtos que são oferecidos. Vale destacar também as opções diversificadas de lazer, diversão e entretenimento que um resort propicia. As pessoas estão mais relaxadas e encaram o serviço de A&B de maneira diferente, sem a expectativa por um serviço de extremo refino. Creio que o estado de espírito dos hóspedes é diferente e também contribue para essa situação. Geralmente, os menus praticados costumam ser mais refrescantes, de gastronomia clássica com toques modernistas e vasta opções de sucos, vitaminas e bebidas regionais.

HN: O A&B foi uma das áreas que mais sentiu a escassez de mão de obra no pós-pandemia. Como um departamento de grande relevância e turnover elevado, de que forma os gestores podem reter seus talentos, criar melhores condições de trabalho e engajar seus colaboradores?

EM: Acredito que reuniões de comunicação, feedbacks constantes, incentivos de vendas e proporcionar ao colaborador um claro cenário de plano de carreira, além de incentivar a participação em cursos e vivências em outras posições. Creio que estas são ferramentas que podem ser usadas para uma melhor gestão do departamento de A&B. Logicamente, criar soluções para melhor remuneração para essas pessoas e condições de trabalho são de grande importância para a saúde de seu material humano.

HN: Quais são os principais empecilhos para elevar o ticket médio do A&B atualmente? Como tornar a área cada vez mais rentável para o empreendimento?

EM: Iniciar parcerias comerciais com grandes fornecedores, comunicação com o comércio local e alta rotatividade de produtos colaboram para um melhor ticket médio. Creio que as parcerias e negociação de preços são fundamentais para elevar as vendas com baixo custo de produto. Treinamento para a equipe de salão e cozinha também é uma ferramenta de grande importância, pois são eles que utilizarão os insumos para a finalização de nossos produtos. Realmente, é uma engrenagem que deve ser feita com total controle e frequência.

(*) Crédito da foto: arquivo pessoal