Viagens corporativas globais devem ter gasto recorde em 2024, diz GBTA
23 de julho de 2024De acordo com levantamento realizado pela GBTA (Global Business Travel Association), as viagens corporativas globais devem atingir patamar recorde de gastos neste ano, chegando a US$ 1,4 bilhão, ultrapassando os níveis pré-pandêmicos pela primeira vez. A pesquisa da entidade foi realizada com 4,1 mil viajantes de 28 países, revela o Skift.
Em termos de volume, as viagens corporativas não alcançaram o patamar de 2019, mas os gastos tiveram alta, especialmente para voos de longo curso. A pesquisa aponta que 61% dos viajantes e 68% dos gestores dizem gastar mais neste ano do que em 2023. O levantamento também mostrou que 76% dos respondentes viajaram em igual ou maior proporção que em 2019, e o principal propósito de 23% deles foram os seminários e treinamentos. Assim, a associação, que já tinha perspectivas otimistas para o setor, prevê que os gastos globais chegarão a US$ 2 trilhões em 2028.
A cifra representa uma taxa composta anual de 7% entre 2025 e 2028. A GBTA revela, também, que a recuperação varia por setor e região. Seguros, finanças e consultoria viajam com a mesma frequência que em 2019. Já as pequenas e médias empresas estão amplamente acima do patamar do ano pré-pandemia.
Recorte regional
Considerando o total de 2024, a América Latina se responsabiliza por 3,6% dos gastos de viagens corporativas, atingindo US$ 53,3 bilhões, enquanto a Ásia-Pacífico representa 41,3% (US$ 612,6 bilhões), a América do Norte 26,7% (US$ 396,8 bilhões), a Europa 26,4% (US$ 391,1 bilhões) e o Oriente Médio e África, 2% (US$ 30 bilhões).
Esse movimento de alta é creditado principalmente à mudança de padrões dos viajantes. Isso porque os passeios de um dia estão cada vez menos comuns e as viagens mais longas, com múltiplas reuniões ao longo do dia, estão se tornando a norma.
“Os pessimistas pensam que se você tiver apenas reuniões virtuais, isso é tudo que você precisa. E adivinha? A energia vem de conhecer pessoalmente as pessoas. E essa energia se traduz em ganhos financeiros para as empresas”, diz Suzanne Neufang, CEO da GBTA.
Brasil entre os destaques
De acordo com os dados apresentados durante a plenária inaugural da Convenção da GBTA, nos EUA, o Brasil é o 10º país no ranking dos que mais gastam com viagens corporativas, com previsão de chegar a US$ 30,3 bilhões neste ano, e crescimento de 6%. “Ficamos atrás da China, EUA, Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Coreia do Sul, Índia e Itália. Vale destacar que o top 15 soma 84% do total, ou seja, US$ 1,25 trilhão”, comenta Luana Nogueira, diretora executiva da Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas).
O estudo da GBTA mostra que as potenciais vantagens para o período são a estabilidade econômica vigente, os avanços tecnológicos e o crescimento de alguns mercados-chave. Já os desafios que serão enfrentados incluem a persistência da inflação, a recuperação mais lenta da China, tensões geopolíticas, problemas com força de trabalho, desastres naturais e aceleração da sustentabilidade sem soluções.
(*) Crédito da foto: Pixabay