* O jornalista viaja a convite da SAHIC Latin America & The Caribbean

** De Cartagena, na Colômbia

A programação da 17ª edição da SAHIC Latin America & The Caribbean começou de uma maneira diferente do que habitualmente o trade brasileiro está acostumado. Isso porque uma coletiva de imprensa com a participação dos porta-vozes das cadeias internacionais presentes iniciou os trabalhos, abertos na manhã de hoje (27), no Hilton Cartagena, em Cartagena, na Colômbia.

Balanço e perspectivas do setor, financiamento de projetos, mão de obra, inovação e tecnologia, além de indicadores de performance do mercado hoteleiro, foram alguns dos temas abordados no contato de executivos da Accor, Marriott, Hilton, Hyatt, Wyndham, Best Western e IHG (InterContinental Hotel Group) com os jornalistas presentes no evento, que termina amanhã (28).

No geral, os hoteleiros passaram uma visão positiva do mercado na região, com todos eles prevendo crescer o pipeline na América Latina e Caribe. É certo, contudo, que alguns países tendem atrair mais atenção do que outros, casos como o México, que tem forte demanda do mercado norte-americano, que pagam diárias mais altas (em dólares) e, justamente por isso, costumam ter maior apelo para investidores de projetos hoteleiros.

“Existe uma tendência positiva na região, sobretudo pelos bons resultados do ano passado, que consolidaram a retomada da nossa indústria”, comentou Camilo Bolaños, vice-presidente sênior de Desenvolvimento da Hyatt Hotels para América Latina e Caribe. “Com as aquisições do Dream Hotel e Apple Leisure, temos agora marcas com um fit muito grande na região, que tem um forte apelo de lazer e all inclusive, por exemplo”, completa.

Juan Corvinos, vice-presidente sênior de Desenvolvimento da Hilton para América Latina e Caribe, comentou que a empresa conta com hotéis de 15 marcas diferentes em seu portfólio na região e segue otimista com as perspectivas da hotelaria. “Continuamos investindo aqui, apesar da instabilidade macroeconomia da região. Esta semana, por exemplo, estamos abrindo hotéis na América Latina. Queremos ser a cadeia internacional mais latina do mundo”, brincou.

Sahic - cobertura - executivos

Executivos das cadeias hoteleiras marcaram presença na coletiva da SAHIC

Estratégia

COO da Accor para Américas, Mauro Rial usou sua fala inicial para abordar a estratégia multimarcas da rede francesa. “São 45 marcas, e estamos investindo muito para fortalecer esse portfólio. Essa diversidade faz sentido para nós porque temos que atender às distintas necessidades dos clientes”, comentou. “Agora, é um desafio gerir tantas marcas e, por isso, fizemos essa divisão na estrutura da empresa para estar mais adequada ao timing de desenvolvimento de cada uma delas”, acrescentou.

Já Gustavo Viescas explicou que a Wyndham está há relativamente pouco tempo na região. “Desembarcamos de verdade há menos de 10 anos, quando passamos a ter uma estrutura com escritórios”, disse o recém-empossado presidente da gigante norte-americana para a região das Américas. Ele acrescentou que a empresa está mais interessada nos segmentos midscale, lifestyle e up scale.

“Que oportunidades vemos de expansão? Principalmente conversão. Há um grande volume de hotéis independentes que estão ncessitanto da força de uma bandeira internacional em busca de tecnologia, distribuição e know how, em um movimento acelerado pela pandemia. No Brasil, em especial, estamos atentos ao segmento de multipropriedade, que desenvolveu o mercado de lazer no país nos últimos anos. Somos os únicos a operar isso. Além disso, vemos potencial para cidades secundárias e terciárias no México, que necessitam de hotéis para atender à demanda corporativa oriunda de indústrias que estão sendo abertas”, continuou Viescas.

Já Bojan Kumer, da Marriott, explicou que a rede norte-americana quer escalar sua posição na região. “Temos 330 unidades na região e chegaremos a 480 com a aquisição da City Hoteles, mas vamos acelerar ainda mais essa expansão. Temos um pipeline de 7 mil UHs e boas perspectivaras para México e República Dominicana, mercados estratégicos para nós na região”, revela.

Economia

Questionado pela reportagem do Hotelier News sobre o momento macroeconômico e como isso afeta o desenvolvimento hoteleiro na região, Corvinos se disse um otimista. “Esse cenário é quase pão quente para a região, que é resiliente. Na verdade, esse momento vem de certa forma favorecendo a América Latina, porque o maior mercado emissor do mundo (EUA) está viajando muito para cá. Então, temos que aproveitar. Por fim, respondendo à sua pergunta, acho que esse pode ser algo sustentável. Temos que ser otimistas”, comentou.

Rial concordou com a análise do executivo da Hilton e disse que a mudança do comportamento do consumidor também contribui para esse otimismo. “As pessoas estão colocando as viagens como prioridade em suas vidas, principalmente a geração Z e Millennial. Mais ainda, acabam influenciando outras gerações a fazer o mesmo”, disse o executivo da Accor durante a SAHIC.

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News