Grandes redes hoteleiras vêm expandindo suas atuações no segmento de acomodações flutuantes. E o Ritz-Carlton Yacht Collection tem planos ambiciosos para o mercado de cruzeiros de luxo, com o objetivo de triplicar sua frota de navios, segundo divulgado pela Bloomberg.

A marca da Marriott International é conhecida por suas luxuosas embarcações que levam os serviços hoteleiros para alto mar. Com 10 navios, a empresa prevê um aumento para 10. Para que os planos se tornem realidade, a Collection, que licencia o nome Ritz-Carlton do grupo norte-americano, considera uma IPO (oferta pública inicial) dentro de três anos.

Jim Murren, CEO e presidente do Conselho da Ritz-Carlton Collection, afirmou que a empresa pretende levantar cerca de US$ 400 milhões em colaboração com o Citigroup para a construção da frota.

A rodada de financiamento ajudará a companhia, majoritariamente apoiada pela Oaktree Capital Management, com investimentos adicionais da Mohari Hospitality e da GIC para acelerar a construção das embarcações. A IPO virá em seguida, conta Murren.

O crescimento é apoiado em resultados. Segundo a empresa, o Evrima, primeiro iate da frota, esgotou seus passeios pelo Mediterrâneo deste verão a diárias médias de US$ 1,5 mil por pessoa.

Perfil de público

De acordo com o CEO, a idade média dos passageiros é de 53 anos, um perfil mais jovem do que a maioria das linhas de cruzeiros, com pelo menos 50% de seu público realizando sua primeira viagem da categoria e 75% pertencentes ao programa de fidelidade da Marriott, o Marriott Bonvoy.

“São indivíduos de alto patrimônio líquido que, se não estão viajando conosco, estão em um safári em algum lugar ou alugaram uma bela vila no Mediterrâneo”, diz Murren, que se juntou ao conselho da empresa no início de 2023 e lidera a companhia desde maio.

Nova frota

O novo navio, batizado de Ilma, terá capacidade para receber 448 passageiros. Em outubro de 2022, o Ritz-Carlton celebrou sua entrada no segmento de iates de luxo com o lançamento do Evrima, construído na Espanha e que comporta até 298 pessoas. A embarcação chegou ao mercado com atraso devido a pandemia de Covid-19.

Para Murren, a grande questão agora é para onde expandir. “Navios de expedição? Navios maiores e mais íntimos? E quais marcas (da Marriott) devemos usar?”, questiona o executivo.

As respostas mais prováveis para a última pergunta são Bulgari, Edition e, talvez, W. “Não será apenas um produto Ritz-Carlton, embora seja certamente a área mais fértil para explorarmos, com um banco de dados de 25 milhões de nomes”, explica o CEO.

Em 2025, a marca prevê o lançamento do Luminara. Os navios quatro e cinco representarão uma mudança de estilo em relação aos seus predecessores.

O Ilma e o Luminara seguirão os passos do Evrima, com rotas pelo Mediterrâneo no verão e pelo Caribe no inverno, conta Murren. Já os futuros navios navegarão por destinos adicionais. “Gostaríamos de chegar ao Pacífico com os navios quatro e cinco”, revela o executivo. “Austrália, Nova Zelândia e Cingapura”, completa.

Enquanto o Evrima utiliza óleo diesel marítimo para funcionar, o Ilma chega para reduzir a pegada de carbono da empresa ao usar quatro motores de duplo combustível com gás natural liquefeito como sua principal fonte de energia.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Marriott International