O estudo “Hotelaria em Números 2023 — Brasil”, realizado pela JLL em parceria com a FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), revelou recuperação robusta da hotelaria em 2022, com evolução dos índices do setor que se manteve no primeiro semestre de 2023. O levantamento analisou a performance de mais de 500 hotéis, resorts e flats em operação no país e, entre os destaques do ano, de acordo com a pesquisa, está o valor das diárias médias, que atingiu R$ 290, maior patamar desde 2004.

O índice do último ano recuperou quase integralmente as perdas inflacionárias da última década. Como parâmetro, durante as crises econômicas de 2015 a 2018 e da pandemia de 2020 a 2021, as diárias médias dos hotéis sofreram queda considerável, chegando a R$ 212 em 2021.

“A recuperação expressiva de 2022 se deu a partir de março. Com a vacinação, a demanda ficou mais aquecida e pudemos observar também a melhora na rentabilidade e na ocupação. A retomada do valor médio das diárias é uma boa notícia”, analisa Ricardo Mader, diretor de Valuation and Risk Advisory da JLL. “Agora, o mercado caminha para melhorar os demais índices, com projeção de ótimas performances nos próximos anos”, complementa.

Em 2022, houve evolução de outros índices do setor. O RevPar atingiu R$ 171, pouco abaixo da maior média histórica, R$ 173, que foi registrada em 2014. Já o resultado operacional bruto, ou GOP, ficou em 36,9%, ante os 39,4% também alcançados em 2014. A taxa média de ocupação dos hotéis em 2022 foi de 58,9%, equivalente a registrada em 2018, mas ainda aquém de 2019, que chegou a 60,2% e do maior índice, que foi de 69,5% em 2011.

 “O ritmo de recuperação continuou no primeiro semestre de 2023. Não fosse pelo impacto dos dois primeiros meses de 2022, poderíamos ter alcançado níveis históricos já no ano passado. Por isso, a expectativa é de mantermos essa movimentação também para os próximos anos”, conclui Mader. 

Expectativas para os próximos anos

A pesquisa também mostra que a alta taxa de juros, provocada pela inflação pós-pandemia, freou o desenvolvimento de novos projetos de hotelaria. “Devemos observar uma alta da taxa de ocupação, já que a expectativa é o aumento da demanda concomitante a um baixo crescimento da oferta”, explica o executivo. 

E, como já previsto no levantamento divulgado pela JLL no ano passado, as políticas de ESG (Environmental, Social and Governance) vieram para ficar. Administradores e proprietários têm dado uma atenção especial para investimentos e tecnologias neste âmbito. “Esse movimento cresce em alinhamento com a demanda de hóspedes que estão cada vez mais atentos ao comprometimento socioambiental da rede hoteleira”, finaliza Mader. 

(*) Crédito da capa: Freepik