Sob pressão do setor alimentício e das passagens aéreas, a inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acelerou para 0,33% em novembro, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (28). Este aumento sucede a uma variação de 0,21% registrada em outubro. O novo índice superou as expectativas do mercado financeiro, ficando acima da mediana projetada pelos analistas consultados pela agência Bloomberg, que estimavam um avanço de 0,29% neste mês, enfatiza a Folha.

Apesar da aceleração, a taxa de 0,33% é a menor para o mês de novembro desde 2019 (0,14%). O acumulado de 12 meses indicou que o IPCA-15 perdeu força, desacelerando para 4,84%, em comparação com os 5,05% registrados até outubro. Dentre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito apresentaram aumento de preços em novembro. O maior impacto (0,17%) e a maior alta mensal (0,82%) vieram do grupo de alimentação e bebidas, que registrou aumento após cinco meses consecutivos de queda. Em fevereiro, a inflação do segmento havia completado um ano acima dos 10%.

Despesas pessoais (0,52%) e transportes (0,18%) também tiveram aumento, contribuindo com 0,05% e 0,04%, respectivamente. Por outro lado, o grupo de comunicação registrou queda pelo terceiro mês consecutivo, com uma variação de -0,22% e impacto de -0,01%.

No segmento de alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 1,06% em novembro, encerrando uma sequência de cinco quedas. Itens como cebola (30,61%), batata-inglesa (14,01%), arroz (2,60%), frutas (2,53%) e carnes (1,42%) contribuíram para esse aumento, enquanto feijão-carioca (-4,25%) e leite longa vida (-1,91%) registraram queda. A alimentação fora do domicílio (0,22%) teve um aumento semelhante ao de outubro (0,21%).

Economistas apontam que a queda nos preços de alguns alimentos estava relacionada à ampliação da oferta devido ao aumento das safras este ano, além de uma trégua nos custos de produção. No entanto, esse movimento mostra sinais de esgotamento, e os preços tendem a subir no final do ano devido à demanda tradicional deste período, enquanto fenômenos climáticos extremos representam uma ameaça adicional no final de 2023 e início de 2024.

No grupo de transportes (0,18%), a passagem aérea teve um aumento de 19,03% em novembro, registrando o maior impacto individual no IPCA-15 deste mês (0,16 ponto percentual). A gasolina, por outro lado, teve uma queda de 2,25%, com impacto de -0,11 ponto percentual, sendo o principal fator de queda no índice.

E a inflação do INCC?

No que diz respeito ao INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção), que impacta diretamente o orçamento de projetos hoteleiros, houve um aumento de 0,10% em novembro, indicando uma leve desaceleração em relação ao aumento de 0,20% no mês anterior, conforme informado pelo Money Times. No acumulado do ano, o INCC-M apresenta uma alta de 3,05%, enquanto nos últimos 12 meses a variação atinge 3,33%.

Comparando com novembro de 2022, quando o índice subiu 0,14% no mês, a situação atual mostra uma pequena mudança, registrando uma variação de 9,44% em 12 meses na mesma época do ano passado.

(*) Crédito da capa: reverent/Pixabay