A inflação é um fator de grande impacto para o desempenho da hotelaria, em especial para a gastronomia dos hotéis. Dados divulgados hoje (27) pelo IBGE (Instituto brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que a inflação acumulada pelo grupo alimentos e bebidas no IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) completou um ano acima de 10%, mostra a Folha de S. Paulo.

A alta acumulada em 12 meses apresentou, de fevereiro a janeiro de 2023, trajetória de desaceleração, passando de 11,50% para 10,61%. Apesar disso, a taxa segue acima dos dois dígitos desde março de 2022. Há uma combinação de fatores que provoca esse movimento, mas os choques climáticos no ano passado e os reflexos da guerra da Ucrânia estão entre os principais na visão de economistas. Demanda aquecida por medidas de estímulo às vésperas das eleições no Brasil e problemas nas cadeias de produção também foram citados.

Para o resto de 2023, a expectativa dos economistas é que a inflação de alimentação e bebidas volte para um dígito, em função da  recomposição da oferta com melhores condições de safra. Apesar disso, os preços devem seguir em nível elevado, segundo Eduardo Vilarim, do banco Original, disse à Folha de São Paulo. “Uma coisa é o nível dos preços e a outra é a variação. Estamos falando que a alta vai desacelerar, mas ainda é uma alta”, pontua. 

Vale destacar que, recentemente, o Hotelier News compilou algumas dicas para que o hoteleiro possa driblar os efeitos do aumento de preço sobre os insumos de A&B (Alimentos & Bebidas).

Boletim Focus: 2023 em diante

As projeções de analistas do mercado financeiro sobre a inflação apontam que, até 2026, a taxa seguirá em alta, com exceção de 2024, em que se prevê alguma estabilização. Divulgado hoje pelo Banco Central, o relatório Focus, por exemplo, elevou pela 11ª semana seguida a projeção para o IPCA deste ano, de 5,89% para 5,90%. Embora a expectativa oficial para 2024 tenha permanecido em 4,02%, a estimativa para 2025 avançou de 3,78% para 3,80% e, a de 2026, subiu de 3,70% para 3,75%.

O relatório também apresenta dados para o PIB (Produto Interno Bruto) e para a Selic, sem grandes oscilações. Para 2023, o primeiro indicador subiu de 0,80% para 0,84% e o segundo se manteve em 12,75%. Novamente, 2024 apresenta estabilidade em relação à atividade econômica em 1,50%, enquanto a Selic ficaria em 10%. Por fim, os percentuais para 225 ficaram estáveis em 1,80% e 9,0%. 

(*) Crédito da foto: Danilo Verpa/Folhapress