Com a proximidade do fim de 2023, os hoteleiros já começam a fazer suas apostas e previsões para o ano seguinte. Após períodos de demanda superaquecida, a hotelaria de luxo se vê ainda mais desafiada a manter seus indicadores elevados, uma vez que a base comparativa vem forte. Para a Oetker Collection, o segmento atingiu picos tarifários e de volume, o que leva a uma projeção de um 2024 de estabilidade.

Hoje (27), a coleção de hotéis de alto padrão reuniu 100 top travels advisors para seu Showcase Annual, promovido no Palácio Tangará, em São Paulo. E a reportagem do Hotelier News não perdeu a oportunidade de ouvir Ernesto Draque, vice-presidente de Marketing e Vendas, sobre as expectativas da rede para 2024.

“Acredito que será um ano semelhante a 2023, mantendo tarifas e volume. O crescimento do luxo atingiu seu pico, estamos no topo da onda, e vamos seguir em estabilidade”, avalia Draque. “Penso que vamos continuar nesse ritmo pelos próximos dois anos.O que vem depois vai depender da situação do mercado, mas estamos muito felizes com nossos resultados”, acrescenta.

A fala do executivo reforça os dados do estudo Orçamentos Hoteleiros 2024, desenvolvido pela Noctua Advisory e Hotelier News. O levantamento aponta que a hotelaria de luxo brasileira espera um incremento de diária média de até 5% acima da inflação no próximo ano.

E manter o ritmo atual não é, nem de longe, um mau sinal. O Palácio Tangará, por exemplo, único representante latino-americano da Oetker, prevê mais um ano recorde em 2023. Em 2022, o empreendimento de luxo paulistano teve alta de 91% em diária média frente a 2019 e 32% no comparativo com 2021.

“Não acredito em uma alta de dois dígitos, pois atingimos um nível muito importante e histórico. Fico feliz que vamos manter o volume de negócios como o que observamos hoje. Muitos destinos vão seguir crescendo para o mercado brasileiro, como os alpes franceses, sul da França, Paris e Londres”, analisa Draque.

ernesto draque

“Luxo deve manter ritmo de crescimento”, avalia Draque

Os queridinhos dos brasileiros

O portfólio da rede, que atualmente conta com 11 propriedades, vai aumentar de tamanho em 2024 com a chegada do The Vineta — que marca a estreia da coleção nos EUA. Dentre os brasileiros, os hotéis franceses, como o L’Apogée Courchevel, e o Hotel Las Palmas, na Itália, estão entre os preferidos.

“O Palácio Tangará também é um empreendimento muito procurado pelos brasileiros. Diria que cerca de 65% da demanda é nacional, principalmente pelo mix corporativo e de eventos. Sobre a ocupação internacional, hóspedes argentinos, chilenos, mexicanos, britânicos e norte-americanos são os mais comuns”, salienta o executivo.

Quanto ao perfil de público, Draque pontua que a demanda varia de hotel para hotel, dependendo do destino em que a propriedade está inserida. “No Tangará, temos muitos hóspedes de eventos e corporativo, assim como Paris e Londres. Já em outras praças, como Caribe, a ocupação é majoritariamente de lazer”.

Com 150 anos de história, a Oetker Collection preza pela individualidade de seus empreendimentos — em sua maioria de médio porte. Por tantas diferenças entre si, Draque alega que é difícil definir quais hotéis performaram melhor até o momento.

“Os hotéis no sul da França e em Paris trazem mais performance em receita, mas o número de acomodações dificulta a comparação. St. Barth, por exemplo, tem resultados incríveis, mas é um hotel menor”, compara Draque.

A Oetker Collection preza pela qualidade de suas propriedades, mantendo um ritmo de expansão desacelerado. “Nossa presença é forte na Europa e Caribe. Trabalhamos apenas com prédios lendários e localizações incríveis que fazem dos nossos hotéis verdadeiras masterpieces”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Nayara Matteis/Hotelier News