Se você é um leitor fiel do Hotelier News, provavelmente já se deparou com esses números em nossas matérias recentes. O estudo Orçamentos Hoteleiros 2024, desenvolvido pela Noctua Advisory, foi apresentado pela primeira vez no Hotel Trends Orçamentos, realizado no dia 21 de agosto. Sabendo da importância de compartilhar dados relevantes para o setor, o portal de notícias e a empresa de inteligência em hospitalidade disponibilizam a pesquisa na íntegra.

A iniciativa nasceu com o objetivo de subsidiar os hoteleiros com informações estratégicas para o desenvolvimento de orçamentos para o ano vindouro. Mais de 425 meios de hospedagens participaram da elaboração do estudo, compartilhando dados e insights para 2024, incluindo hotéis, resorts, multipropriedades, entre outros perfis de empreendimentos.

As propriedades estão localizadas em 23 estados e 148 cidades de todo o território nacional. Segundo Pedro Cypriano, managing partner da Noctua, o estudo tinha três missões prioritárias:

• Entender o potencial dos mercados a partir de uma leitura setorial de indicadores macroeconômicos, do turismo e da hotelaria;
• Consultar lideranças de empresas do setor, com entrevistas com mais de 20 gestores de empreendimentos hoteleiros do país;
• Compreender a visão de gestores operacionais, com destaque para gerentes gerais.

“Essa pesquisa nos permitiu uma visão ampla, pois como analistas, era necessário entender o que as lideranças esperam e o que a ponta acredita como realidade do setor. Desta forma, conseguimos maior assertividade nas projeções”, avalia Cypriano.

Vale lembrar que, além da contribuição de empresas, o Orçamentos Hoteleiros 2024 também contou com a colaboração de entidades hoteleiras, como ABIHs, FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), Resorts Brasil, Unedestinos, entre outras.

Insights

A pesquisa, dividida em três partes, traz insights sobre como a hotelaria chegou ao momento atual, o que esperar do futuro e como se preparar para os próximos cenários. Para Cypriano, a mensagem inicial é clara: a recuperação da pandemia ficou para trás. “Agora, é hora de pensarmos em como será o mercado daqui para frente, além do processo de evolução recente, temos que entender o que há no horizonte para a valorização dos nossos negócios”.

Com a oferta aérea nacional acima dos níveis pré-pandêmicos, enquanto a internacional já atingindo a marca de 93% frente a 2019, o turismo para fora do Brasil vem ganhando tração, mas ainda sem afetar de forma significativa a movimentação doméstica.

Em termos de demanda hoteleira, a ocupação global ficou um pouco abaixo de 2019, com o lazer puxando a fila da recuperação, enquanto o segmento corporativo ainda inferior aos níveis pré-pandêmicos.

Outra boa notícia é a valorização das empresas do setor, com a diária média como principal driver de crescimento das ações. Ainda que os números sejam otimistas, Cypriano alerta para uma provável queda no ritmo de expansão do segmento. “Daqui para frente, esses crescimentos de 20% ao ano não serão tão simples. Teremos um ritmo menos acelerado, o que é natural pela base sólida de comparação”.

Em alguns casos, a diária média chegou a subir até 34% frente a 2022, com as capitais retornando ao protagonismo. Em linhas gerais, a ocupação se manteve similar a 2019; diária média real 12% acima do ano pré-pandemia e RevPar com incremento de 15%.

“A aposta em termos de crescimento deve se pautar em estratégias para enxergar onde podemos melhorar. E isso passa pela gestão de receita, reinvestimentos nos ativos, melhorias em processos operacionais, aporte em novas tecnologias e recuperação das tarifas corporativas”, salienta Cypriano.

2024

Para o ano que vem, a expectativa é que a economia ganhe mais espaço nos resultados hoteleiros, com impacto da inflação, taxa de juros e crescimento econômico. “O incremento de demanda acaba restrito pela falta de perspectiva de alta de renda. Para 2024, podemos esperar um crescimento de ocupação mais modesto”, prevê o executivo.

Quando colocamos uma lupa em praças com maior demanda corporativa, a análise do estudo avalia um segmento ainda abaixo de 2019. Sobre o contexto, Cypriano recomenda que os hotéis aproveitem as movimentações de eventos e do lazer.

“Muitas pessoas enxergam esse movimento de desaceleração como algo negativo, mas ela é natural quando existe um histórico recente de boas estilingadas de crescimento. O lazer nunca esteve tão bom, e mesmo com uma alta mais modesta, a base ainda é sólida. O luxo também está propício e forte. Já o corporativo que ainda possui resquícios de recuperação”, diz o executivo.

Cypriano conclui que a hotelaria está em uma situação confortável, com espaço para crescimento, ainda que a demanda necessite de mais esforço para subir. “Não existe um caminho único e salvador, mas sim um combinado de decisões para a busca de crescimento de dois dígitos”.

Para acessar o Orçamentos Hoteleiros 2024, siga a Noctua Advisory no Instagram e solicite o estudo completo.

(*) Crédito das imagens: Divulgação/Noctua Advisory