Situado em Autazes (AM), a 100 quilômetros de Manaus, o Juma Amazon Lodge historicamente tem boa parte de sua demanda oriunda do mercado internacional. Com a pandemia e a drástica redução da malha aérea mundial, o hotel não viu outra alternativa se não buscar uma reinvenção. Em contato com a reportagem do Hotelier News, Caio Fonseca detalhou esse processo e comentou as estratégias para o pós-pandemia.

Antes de citar o desafio da transformação, um número: antes da pandemia, 80% do público do hotel são compostos por turistas estrangeiros, informa o sócio do Juma Lodge. Sem esse cliente no horizonte, Fonseca conta que teve que buscar o hóspede nacional e a boa notícia é que, se o viajante internacional não consegue chegar, o brasileiro também não pode sair. Então, depois de um período mais difícil, a propriedade gradualmente vai retomando os patamares históricos de ocupação.

“Nós tivemos que nos reinventar durante a pandemia”, afirma o sócio do Juma Lodge, que anunciou recentemente construção de torre de observação da floresta. “Aos poucos, os brasileiros e os próprios manauaras começaram a nos visitar e, com isso, nossa taxa de ocupação vem subindo mês a mês. Ainda estamos um pouco longe dos 70% históricos, mas já atingimos 50%”, releva Fonseca, que buscou novas formas de atingir esse público em potencial. “Mudamos um pouco a nossa estratégia de marketing, focando mais em parcerias com blogueiros e influencers, além de investir em links patrocinados para brasileiros e, mais precisamente, os manauaras”, completa.

Segundo Fonseca, as projeções para 2022 tendem a ser ainda melhores, visto que o hotel está ficando mais conhecido dos turistas brasileiros. Além disso, ele acredita que a flexibilização das medidas sanitárias, proporcionada pela vacinação, vai acelerar a retomada das viagens domésticas e internacionais – e, em consequência, da malha aérea, que é vital para o destino. No Brasil, por exemplo, a Abear informou que o número de voos diários é atualmente equivalente a 74,2% do que se tinha em 2019.

Juma Ópera: estratégias

Fonseca também é sócio do Juma Ópera, em Manaus. O hotel, aberto no ano passado, também precisou apostar em diferenciais para garantir receita. “Praticamente desde o início, estamos operando no olho do furacão. Tivemos que mudar o nosso planejamento inicial de atender principalmente aos estrangeiros e focamos no público local, que tem nos dado um retorno surpreendente. ”

“Além disso, criamos ações específicas, como day-use e wedding day, além de shows no Restaurante Ópera. Já temos nosso público cativo da cidade e, aos poucos, assim como no Juma Lodge, os turistas estão voltando”, finaliza o empresário.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Juma Amazon Lodge