A principal empresa da indústria de viagens nacional vem passando instabilidades. Ontem (11), a CVC Corp realizou uma reestruturação, que envolveu cerca de 100 demissões, equivalente a cerca de 4% do quadro de colaboradores. Em paralelo, a empresa busca negociações com credores para o alongamento de dívidas de curto prazo. As informações são da Folha de São Paulo e do Valor Econômico.

Em nota, a empresa de Santo André (SP) disse que “ajustes foram feitos em áreas como TI, com redução de terceiros na área, e em áreas de suporte, em função da integração de negócios com as aquisições de empresas”. Além disso, o comunicado informa que a empresa tem atualmente cerca de 2,5 mil colaboradores. Ainda assim, pelo que apurou a reportagem da Folha, os cortes causaram surpresa entre os funcionários.

Isso porque, em transmissão de vídeo recente para força de trabalho, a direção da CVC Corp teria dito que a empresa estava se recuperando dos efeitos danosos da pandemia. Para a Folha de São Paulo, a companhia disse que os pedidos de orçamento de viagens para o Carnaval 2023 estão 95% do registrado em igual período de 2019.

Em seu último balanço, a CVC reportou prejuízo líquido de R$ 75 milhões, 20% menor do que no segundo trimestre (imediatamente anterior), que somou R$ 94 milhões. No acumulado até setembro, a empresa fundada por Guilherme Paulus registra perdas de R$ 336 milhões. Já o endividamento chega a R$ 924,5 milhões, apresentando certa estabilidade ao longo de 2022.

Renegociações

Matéria do Valor Econômico aponta que, com uma dívida beirando R$ 1 bilhão em debêntures, a CVC tem um montante representativo com vencimento em abril. O valor, pelo que apurou a reportagem, é de cerca de R$ 600 milhões. Por isso, a empresa vem buscando os credores para alongar o prazo de pagamento.

Em nota, a companhia disse que seu endividamento é compatível com a atual operação e que tem a intenção de renovar os R$ 670 milhões em dívidas que vencem no segundo trimestre de 2023. “Não temos intenção de aumentar o valor emitido de debêntures, que é cerca de R$ 900 milhões, o qual consideramos ser um montante compatível com o tamanho da nossa operação.”

A CVC, na nota, informa ainda que nos últimos 24 meses reduziu substancialmente sua dívida total, de R$ 2,2 bilhões para R$ 1,1 bilhão, ao mesmo tempo em que as vendas do setor de turismo continuam apresentando forte recuperação. Vale destacar ainda que a empresa pretende acessar o mercado de capitais poucos meses depois de realizar uma oferta subsequente de ações (follow-on), em junho de 2022, de R$ 400 milhões.

(*) Crédito da foto: reprodução de internet