De acordo com levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou para 0,23% em agosto, após subir 0,12% no mês anterior. Mesmo com o crescimento, o IPCA de agosto ficou abaixo das previsões do mercado financeiro, visto que analistas projetavam variação de 0,28%.

A energia elétrica residencial exerceu a principal pressão no índice no mês passado, com um aumento de 4,59% e impacto de 0,18% no índice geral. “O aumento na energia elétrica foi influenciado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e que não está mais presente em agosto”, explica André Almeida, gerente do IPCA/INPC.

Já o grupo de alimentação e bebidas registrou a terceira queda consecutiva de preços. Com os novos dados, o índice oficial acumulou inflação de 4,61% em 12 meses. Nesse recorte, a alta era de 3,99% até julho.

Outros dados

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em agosto. O maior impacto positivo (0,17%) e a maior variação (1,11%) vieram de Habitação. Destacam-se, ainda, as altas de Saúde e cuidados pessoais (0,58% e 0,08%) e Transportes (0,34% e 0,07%). No lado das quedas, o grupo Alimentação e bebidas foi um dos recuos mais evidentes (-0,85% e -0,18%).

Os resultados dos demais grupos foram: 0,69% de Educação (0,04%); 0,54% em Vestuário (0,02%); 0,38% em Despesas Pessoais (0,04%); -0,09% em Comunicação (-0,01%) e -0,04% em Artigos de residência (0,00%).

O IPCA serve como referência para o regime de metas do BC (Banco Central). No acumulado de 2023, o centro da medida perseguida pela instituição é de 3,25%. A tolerância é de 1,5% para mais (4,75%) ou para menos (1,75%). Dessa forma, a meta será cumprida se o IPCA ficar dentro desse intervalo até dezembro. A inflação acumulada, por sua vez, acelerou no começo do segundo semestre, em um movimento aguardado por analistas.

Parte desse cenário está associada à base comparativa. O efeito das quedas registradas no segundo semestre de 2022 sairá da base de cálculo do IPCA em 12 meses até dezembro. Na segunda metade do ano passado, a inflação havia perdido força com a redução artificial dos preços de itens como os combustíveis.

(*) Crédito da foto: Eduardo Soares/Unsplash