Com a chegada da segunda onda e recordes de mortes acontecendo em todo o país, o setor hoteleiro se prepara para mais um período de escassez. Após um Carnaval com 63% de ocupação, a Hotéis Rio prevê um mês de março ainda pior devido ao esvaziamento do turismo de lazer, pilar da retomada no país.

Além do Covid-19, o período marca também a chegada da baixa temporada com o fim do verão. Sem a volta do corporativo e vacinação letárgica, a hotelaria carioca espera dias de dificuldades por vir catalisados também pelo aumento de medidas restritivas impostas pelo governo do estado.

A Hotéis Rio espera uma recuperação total do setor em até quatro anos, dependendo também da agilidade das campanhas de imunização, retomada geral da economia, retorno do calendário de eventos e ações promocionais nos principais destinos emissores de turistas nacionais e internacionais.

“Se considerarmos o cenário que estamos vivendo, podemos afirmar que tivemos um bom verão. O desafio, como já venho falando, vem agora, a partir de março, com o esvaziamento do turismo de lazer. Havia uma expectativa da retomada do corporativo, mas março trouxe com ele novas medidas restritivas. Os hotéis ainda continuam representando um dos ambientes mais seguros, por seguirem os mais exigentes padrões de protocolo e prevenção, então, seguimos de portas abertas e em plena operação. O cenário ainda é incerto, mas estamos esperançosos com os avanços da campanha de vacinação”, ressalta Alfredo Lopes, presidente da entidade.

Hotéis Rio: medidas para retomada

Diante de uma taxa de ocupação atual em torno de 45%, e de um prejuízo acumulado, no último ano, de, aproximadamente, R$ 1,6 bilhão, a rede hoteleira da capital tem buscado alternativas para incrementar o setor. Entre as principais medidas está a de voltar o foco para o público interno com pacotes atrativos de day use para que cariocas e fluminenses possam aproveitar seu próprio estado, o chamado staycation.

Recente pesquisa realizada pelo Hotéis Rio junto aos seus associados atesta essa procura. O estudo indica que o serviço de day use cresceu cerca de 20% entre os meios de hospedagem, e que, aproximadamente, 73% dos hotéis oferecem algum tipo de desconto/ atrativo como incentivo a esse turismo. Ainda de acordo com o levantamento, a procura por lazer perto de casa seria para evitar aglomeração e o público predominante está na faixa dos 31 aos 40 anos, sendo o Rio de Janeiro (31,50%) o segundo principal estado emissor, atrás apenas de São Paulo.

(*) Crédito da foto: Poswiecie/Pixabay