Atualmente, os hotéis possuem vantagens em diferentes serviços de hospitalidade, como lavanderia, equipe de limpeza e concierge. Com isso, pode-se imaginar que, se os empreendimentos atuam para agradar a nichos como o bleisure, que vem crescendo cada vez mais, por que não emprestar essa experiência de marca para o segmento de short-term rentals?

Com o aquecimento desse mercado, propriedades de todo o mundo estão se reinventando par atender à crescente demanda, aponta o Skift. Os hotéis já jogam o jogo dos short-term rentals há algum tempo, mas o momento atual pede ainda mais atenção. Para isso, é necessário que se crie equilíbrio entre privacidade e comunidade e comodidades personalizadas.

Neste cenário, cada rede reage de uma maneira diferente. A operadora e proprietária de hotéis MCR Hotels comprou 70 empreendimentos durante a pandemia e fechará mais quatro em breve, além de possuir outros 12 em desenvolvimento, segundo Tyler Morse, presidente e CEO da empresa, que vê boas oportunidades nos short-term rentals.

Chris Silcock, diretor comercial da Hilton, por sua vez, repetiu a posição de que a rede não entraria necessariamente no espaço de aluguel de curto prazo ou por temporada, permanecendo uma das únicas grandes marcas a abandonar o setor, visto que se trata de um segmento no qual há dificuldade de garantir alta qualidade e construir serviços de hospitalidade.

Comportamento do consumidor

Merilee Karr, CEO do UnderTheDoorMat Group, observou que a mudança nas preferências do consumidor em relação aos short-term rentals, mesmo para viagens corporativas, causará e mistura e fusão de diferentes players no setor de acomodações.

Nesse contexto, a executiva citou a aquisição da marca onefinestay pela Accor e o lançamento da Homes and Villas pela Marriott International em 2019. Segundo ela, a indústria verá ainda mais dessa interação. A pandemia expôs o potencial de misturar diferentes tipos de serviços de hospitalidade. À medida que os consumidores moldam o bleisure, as operadoras de short-term rentals e hotéis estão pensando em como atender ao mesmo consumidor com uma variedade de opções com base no tipo de viagem.

Dessa forma, oferta e demanda vêm crescendo gradualmente. Na Europa, a previsão de incremento para os próximos seis meses é de 25% em relação ao mesmo período de 2019. Jeremiah Gall, fundador da Breezeaway, plataforma de operações imobiliárias para short-term rentals, disse que os hóspedes também esperam uma hospitalidade semelhante a um hotel.

“Há dez anos, você levava seus próprios lençóis e produtos de higiene pessoal, mas agora isso mudou. Sabemos que tudo será higienizado e muito limpo quando fizermos o check-in”, destaca. Por fim, o setor acredita que ao fazer parceria com hotéis, o mercado de short-term rentals teria ainda mais lucratividade e sustentabilidade a longo prazo.

(*) Crédito da foto: tierramallorca/Pixabay