A primeira rua do Brasil, já conhecida por sua história, se tornará um ponto ainda mais pujante. Localizada no Centro Histórico de Salvador, a Rua Chile é endereço de importantes empreendimentos hoteleiros de luxo e, em breve, também abrigará um novo centro gastronômico que promete movimentar a região. O projeto do Fera Palace Hotel visa revitalizar o local, enquanto agrega valor à propriedade.

Para dar vida ao centro gastronômico, a Fera Investimentos escolheu um icônico edifício do endereço. Construído em 1914, o Palacete Tira-Chapéu é um marco arquitetônico da capital baiana e abrigará cerca de 10 operações, entre restaurantes, bares e cafés.

“Adquirimos o edifício e estamos em fase de restauração. A ideia da Fera Investimentos é transformar a Rua Chile, que também é endereço de outros hotéis importantes, como o Fasano Salvador. Nossa proposta é tornar a região um polo de luxo da Bahia”, revela Antonio Mazzafera, CEO da empresa.

Como se trata de uma construção tombada, a restauração do Palacete é um processo delicado e requer acompanhamento técnico. A previsão de início das operações é no verão de 2024, de acordo com o executivo.

O centro gastronômico será operado por uma empresa parceira, mas as marcas estamparão os espaços ainda não foram definidas. “Queremos trazer diferentes tipos de culinária, além de estabelecimentos famosos em Salvador para dar visibilidade. Nosso objetivo é ter uma oferta diversificada”, conta Mazzafera.

O executivo salienta que o projeto visa agregar valor ao Fera Palace, ao mesmo tempo em que reforça a segurança na região e revitaliza o Centro Histórico da primeira capital do Brasil. “A Rua Chile já foi uma das mais sofisticadas da Bahia. Vamos trazer outros empreendimentos também, como prédios residenciais e corporativos”, adianta. “E nós já começamos esse projeto com a abertura do Fera Rooftop, nosso mais novo restaurante“.

Antonio Mazzafera - fera palace

Projeto visa valorizar a região, diz Mazzafera

Verão aquecido, baixa iminente

Enquanto o projeto não é concluído, o Fera Palace colhe os frutos de uma boa alta temporada. Com 100% de ocupação no Carnaval, Mazzafera afirma que o verão superou todas as expectativas da gestão.

Com público composto por 70% lazer e 30% corporativo, o empreendimento entra em seu período de baixa temporada. “A partir de março até junho nossa demanda cai. Logo, os eventos na cidade são fundamentais para atrair turistas. A hotelaria de luxo de Salvador está sofrendo, pois no destino não vemos tantos viajantes a lazer”, acrescenta.

Com diária média na casa dos R$ 1.250 em períodos de baixa, a tarifa chegou a R$ 3 mil em fevereiro. A ocupação média dos dois primeiros meses do ano foi de 70%, mas o Fera Palace não pretende derrubar sua precificação para elevar a demanda.

“Nossa diária está mais acessível do que foi no verão. Estamos apostando em promoções, com divulgação intensa nas redes sociais e email, além de campanhas na semana do consumidor e feriados em abril”, conta o CEO.

Fatia importante para o hotel, o público internacional representa 50% da receita do Fera Palace. Contudo, Mazzafera afirma que os estrangeiros ainda não retornaram a Salvador. “Eles estão indo para o Rio de Janeiro, mas precisamos recuperar esse mercado. Estamos com representantes em São Paulo e temos parcerias com operadoras no Rio. É um trabalho intenso para trazer o estrangeiro de volta”, avalia.

Com expectativa de abertura em meados de 2021, as obras do primeiro hotel da empresa em São Paulo foram interrompidas pela pandemia. Agora, o grupo retoma o projeto com força total, buscando espaço no concorrido mercado paulistano.

“Teremos duas unidades na Rua Augusta, perto da Avenida Paulista. O objetivo é ser uma cadeia descolada e sofisticada, com funcionários bem treinados. Não somos ultra luxo, pois nossa proposta é de um ambiente descontraído”, pontua o executivo.

A previsão de entrega do empreendimento é de dois anos para finalização da obra. Ainda sem nome definido, o grupo está avaliando qual será o perfil da propriedade. “Queremos abraçar o lazer aos finais de semana, mas sabemos que o público de São Paulo é majoritariamente corporativo”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Fera Palace