Até outubro deste ano, o turismo brasileiro já havia movimentado cerca de R$ 129,1 bilhões – o que representa alta de 33% frente a 2021. Para 2022, a projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) para o setor é de avanços na ordem dos 5,8%. Os dados corroboram para as previsões da FecomercioSP, que espera alta de 53,6% para o segmento em 2023 em comparação com este ano.

Os números são animadores para as empresas do setor e fazem parte do boletim da Braztoa (Associação Brasileira de Operadoras de Turismo), com análises da FecomercioSP. A pesquisa também considera a adesão de novos destinos que estão entrando na cartela de viagens dos consumidores.

A projeção para 2023 foi realizada com base nos resultados do terceiro trimestre de 2022, quando mais da metade das empresas entrevistadas afirmou ter elevado em 100% ou mais o faturamento em relação ao mesmo período em 2021.

Além de ser uma boa notícia para a economia, os dados representam também uma grande capacidade de empregabilidade. A apresentação da pesquisa, no dia 24 de novembro, contou com a presença de Guilherme Dietze, assessor econômico da Federação e integrante do Conselho de Turismo, que participou da elaboração do estudo.

“Este é um momento importante para o turismo, ao receber dados confiáveis sobre as vendas das operadoras e indicações de tendências. Nos últimos meses, a reabertura das fronteiras fez as viagens internacionais ganharem destaque nas vendas, o que não significa uma queda no nacional. Pelo contrário, o turismo doméstico segue em expansão, sobretudo os destinos de praia, como Salvador, o mais vendido no período”, explicou Dietze.

“Quando o turismo cresce, os impactos positivos chegam a todo o País. Para grandes e pequenos empresários, para cada destino que recebe os turistas, para cada empreendimento, independentemente do porte da empresa”, afirmou Roberto Haro Nedelciu, presidente da Braztoa.

Conclusões

O assessor da FecomercioSP trouxe algumas análises acerca do andamento do turismo nacional. Confira, a seguir, os principais pontos.

– A inflação no setor, principalmente nas passagens aéreas – o que contribuiu para o aumento do faturamento – não diminuiu o poder de demanda deste ano.

– Por mais que os preços estejam elevados, os consumidores não deixaram de viajar. Isto é, o turismo se beneficia de qualquer maneira, pois a renda é realocada entre os mais diversos destinos do Brasil, visto que o consumidor busca alternativas que possam caber no bolso.

– O parcelamento é um grande aliado do setor e do consumidor.

– Para 2023, a tendência ainda é muito positiva. Provavelmente, as variações serão mais modestas, mas não significa um cenário de esfriamento. O fato é que a base de comparação volta a ficar mais alta em comparação a períodos mais normais, portanto, variações mais modestas são naturais. O mais importante é que o crescimento seja constante.

(*) Crédito da foto: thatagr82/Pixabay