A curva do turismo na capital paulista segue em escalada, impulsionada principalmente pelo retorno dos eventos. De acordo com dados da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o setor cresceu 6,9% em maio frente a abril, quando o setor avançou 4,2%. Os números do segmento são medidos pelo IMAT (Índice Mensal de Atividade do Turismo), realizado em parceria com a SPTuris.

O faturamento do turismo subiu 264% na comparação anual (R$ 968 milhões, em valores absolutos). Apesar da alta, o montante segue 2% abaixo do nível pré-pandemia, em janeiro de 2020 e início da série histórica do IMAT.

A ocupação hoteleira foi outra variável analisada pelo indicador, que também apresentou alta. A taxa média – a qual no mês anterior estava em 65,9% – subiu para 70,3%. O porcentual é o maior desde janeiro de 2020 e mais que o dobro dos 32% registrados no mesmo período do ano passado.

A movimentação de passageiros pelos aeroportos também apontou desempenho importante para o resultado geral do indicador; um dos motivos para este crescimento foram as comemorações relacionadas ao Dia das Mães. A alta foi de 114% na comparação com o mesmo período do ano passado – o que significa, em termos absolutos, pouco mais de 4 milhões de pessoas circulando pelos terminais aéreos ao longo do mês.

Já pelos terminais rodoviários, circularam 1,03 milhão de passageiros – avanço de 85% no contraponto anual. Quanto ao emprego, o mês de maio terminou com 401 mil postos de trabalhos formais, montante que representa uma elevação de 6% em comparação a maio de 2021.

Expectativas de crescimento

A FecomercioSP prevê que o setor continue crescendo na capital, beneficiando-se da demanda reprimida na pandemia e do turismo corporativo. Além disso, a cidade de São Paulo tem se consolidado como um importante destino turístico de lazer, aproveitando seus aspectos culturais e gastronômicos, o que deve garantir que esta expansão continue ocorrendo, mesmo com a aproximação das férias de julho.

Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, chama a atenção para dois aspectos nos resultados de maio. Em primeiro lugar, a consistência da recuperação (os dados não apontam grandes saltos, o que denota cuidado e planejamento das empresas, que podem estar controlando gastos em viagens e as equilibrando com reuniões virtuais).

Em segundo lugar, a não superação dos resultados de janeiro de 2020 – mês tipicamente de baixa movimentação na cidade –, o que pode indicar que um grupo de empresas renunciou às viagens de negócios.

“As consequências desta opção envolvem menor gasto médio diário por turista, mais pressão na negociação de preços e prazos de pagamentos e maior volume de turistas a lazer parcelando suas viagens”, explica Mariana. “Como já temos alertado desde março, há que se manter o otimismo cauteloso, pois o segundo semestre pode ser marcado por sérias alterações no cenário econômico”.

(*) Crédito da foto: Diogo Moreira/Governo do Estado de São Paulo