Segundo dados da ABIH Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), a ocupação hoteleira para o mês de julho deve alcançar patamares elevados em todas as regiões do país, chegando à lotação máxima em alguns destinos. Entretanto, viajar durante as férias não sairá barato. De acordo com a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), com base em informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação do turismo acumulou alta de 41,39% em um ano — o que avolumou os custos das viagens.

Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da entidade, destaca que, embora exista uma demanda reprimida que pressiona os preços na alta temporada, a subida dos valores é reflexo dos custos das empresas.

“A ausência de políticas claras para evitar a elevação das tarifas aéreas, por exemplo, cria um outro problema sério: parte dos recursos movimentados pelos turistas – saindo das regiões de maior concentração de renda e permitindo o aquecimento da economia em destinos menores – acaba ficando ainda mais concentrada, levando à retração e ao desemprego nas regiões onde o turismo mais faz diferença”, pontua Mariana.

Ponto sensível da retomada, a passagem aérea é o item que mais contribui para o encarecimento das viagens — com alta de 122,40% em 12 meses. Embora o período de férias seja um fator de peso para os custos dos bilhetes, outros coeficientes impulsionam a escalada dos preços, como o aumento do querosene de aviação e do dólar, além da limitação da oferta de assentos e da dificuldade de recomposição de mão de obra.

Com a inflação do setor superando a média geral, os consumidores sentiram no bolso, o que culminou no direcionamento para viagens regionais, mais curtas e para o interior do país.

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Alta atinge quase todos os itens

A inflação do turismo obteve variação mensal de 3,51% na passagem de maio para junho. Dentre os itens, o destaque foi a passagem aérea, que subiu 11,32%. Em segundo lugar, ficaram os serviços de cinema, teatro e concertos, com variação mensal de 1,51%. O preço do pacote turístico também cresceu (1,50%), assim como o da hospedagem (0,47%). Os únicos a apresentar queda foram aluguel de veículos (-2,44%) e ônibus interestadual (-0,08).

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(*) Crédito da foto: masteroblima/Pixabay

(**) Crédito dos infográficos: Divulgação/FecomercioSP