Puxado por um crescimento de dois dígitos no RevPar, a receita da Hilton subiu 25% ao fim do primeiro semestre frente igual período de 2022, atingindo US$ 4,953 bilhões. É o que mostra o balanço da gigante hoteleira divulgado ontem (26), que revelou também um faturamento de US$ 2,660 bilhões no segundo trimestre, alta de 18,75% na comparação anual.

Com isso, a rede norte-americana encerrou a primeira metade de 2023 com lucro líquido e Ebitda Ajustado de US$ 622 milhões e US$ 1,452 bilhão, respectivamente, o que representa crescimento de 7,6% e 28,83% na comparação anual, respectivamente. No comunicado enviado à imprensa e analistas financeiros, a Hilton informou que, em ambos os indicadores, os resultados superaram as previsões orçamentárias.

“O RevPar global continuou a se expandir ao longo do trimestre, com crescimento em todos os nossos segmentos e regiões. Na ponta da receita, tivemos resultados além do orçado, o que acrescentou de maneira significativa nossos resultados no bottom line, onde mantivemos os custos sob controle”, comenta Christopher Nassetta, CEO da Hilton.

Em call com analistas, o executivo deu ênfase ao fato de que a Hilton vem aumentando sua receita enquanto mantém os custos baixos. Segundo Nasetta, a melhora nas margens de lucro estão ligadas à precificação mais assertiva. Ainda assim, ele reconheceu que as altas tarifas reduziram a ocupação no segundo trimestre em cerca de 4 pontos percentuais nos EUA, na comparação com os recordes pré-pandêmicos.

“Nós nos sentimos bem com nosso poder de precificação”, disse Nassetta. “Nosso tarifário para o hóspede individual, seja de lazer ou de negócios, está acompanhando a inflação em seus níveis atuais”, destacou

RevPar

Falando no indicador, segundo números do balanço, a Hilton encerrou o segundo trimestre com alta de 19,7%, na comparação anual. Destaque para as Américas (excluindo os EUA), que apresentaram incremento de 15,1%. O resultado no período foi exaltado por Nasetta, visto que as economias centrais vivem um período de arroxo monetário, o que poderia impactar a demanda por viagens, mas não foi o que se viu.

Hilton - balanço 1 semestre 2023 - Christopher Nassetta

Nassetta: confortável com precificação da rede

“Tivemos o melhor trimestre de reservas de nossa história, de todos os tempos”, destacou o CEO da gigante hoteleira, durante a conferência com com analistas do mercado financeiro.

“E nossa posição é ótima para o próximo ano”, complementou Nasetta. O executivo disse ainda que, num recorte focado no mercado norte-americano, cerca de 85% da receita de hospedagem veio da demanda de PMEs (Pequenas e Médias Empresas).

“Eles estão se sentindo razoavelmente bem com esse pouso suave na economia, bem como em seus negócios”, continuou.

Em relação à diária média global, a Hilton fechou o semestre com alta de 15,9% (a US$ 159,12) frente igual período do ano anterior. Já a ocupação nos três meses encerrados em 30 de junho avançou 7,58% (a 71,8%) mundialmente.

Vale destacar que, analisando os resultados trimestrais, há uma participação relevante dos números da região Ásia-Pacífico. Isso porque a base de comparação anual é baixa, já que o mercado de viagens ainda se recuperava por lá, em especial na China, onde ainda vigorava uma política de tolerância zero para Covid-19.

Inventário

No segundo trimestre de 2023, a Hilton abriu 92 hotéis globalmente, adicionando 14 mil UHs ao inventário e alcançando um crescimento líquido de 11,2 mil quartos nos três meses encerrados em 30 de junho. Um dos marcos para a empresa no período foi a inauguração da 600º Home2 Suites by Hilton.

No segundo trimestre de 2023, a Hilton abriu 92 hotéis globalmente, adicionando 14 mil UHs ao inventário e alcançando um crescimento líquido de 11,2 mil quartos nos três meses encerrados em 30 de junho. Um dos marcos para a empresa no período foi a inauguração da 600º Home2 Suites by Hilton.

Em paralelo, a rede norte-americana assinou novos contratos que renderam mais 36 mil UHs à oferta global de quartos. Com isso, ao fim do segundo trimestre de 2023, o pipeline da Hilton passou a totalizar 3.060 hotéis, representando 440,9 mil apartamentos em 116 países e territórios. A empresa informou ainda que, dessas habitações em desenvolvimento, 217 mil estavam em construção e 250,1 mil estão fora dos EUA.

Na call com analistas, executivos da Hilton disseram que projetam alta de 5% no crescimento líquido do inventário global. O percentual, contudo, está abaixo do último ano pré-pandemia (6,5% em 2019). Para 2024, a expectativa é obter uma expansão do portfólio entre 5% e 7%. “Temos mais quartos em construção do que qualquer outra empresa hoteleira”, enfatizou Nassetta.

(*) Crédito da capa: Divulgação/New York Hilton Midtown

(**) Crédito da foto: Bloomberg/Getty Images