Entre os meses de março e maio, a taxa de desemprego no país voltou a cair. Segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados hoje (30), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o indicador recuou a 8,3% no período contra 8,5% no trimestre móvel finalizado em abril.

Em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre dezembro e fevereiro, o período traz redução de 0,3 ponto percentual (8,6%) na taxa de desemprego. No mesmo trimestre de 2022, a percentual era de 9,8%.

Os números apontam declínio de 3% contra o trimestre anterior, chegando a 8,9 milhões de pessoas em situação de desemprego. Ou seja, são 279 mil brasileiros a menos na conta de desocupados frente ao último trimestre de 2022. No comparativo anual, o recuo é de 15,9% (1,7 milhão de trabalhadores).

O total de brasileiros desocupados permaneceu estável frente ao trimestre anterior, chegando a 98,4 milhões de pessoas.Na comparação anual, houve crescimento de 0,9%, somando 884 mil pessoas ao grupo.

“Esse recuo no trimestre foi mais influenciado pela queda do número de pessoas procurando trabalho do que por aumento expressivo de trabalhadores. Foi a menor pressão no mercado de trabalho que provocou a redução na taxa de desocupação”, diz Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio.

Esvaziamento do mercado de trabalho

Os dados do IBGE ainda apontam o aumento de pessoas deixando o mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, o percentual de brasileiros fora da força de trabalho subiu 0,6% ante e 3,6% versus o ano passado, chegando a 67,1 milhões de pessoas. O número representa 382 mil brasileiros a mais no trimestre encerrado em maio e 2,3 milhões no ano.

A população na força de trabalho, por sua vez, terminou o trimestre com 107,3 milhões de pessoas. É um resultado estável no trimestre e de queda de 0,7% na comparação anual.

A taxa de subutilização ficou em 18,2% e marcou quedas nas comparações trimestral (0,7 p.p.) e anual (3,7 p.p.). Ao todo, são 20,7 milhões de pessoas subutilizadas, ou seja, desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial.

O estudo também indica que houve queda na população desalentada, que ficou em 3,7 milhões de pessoas. São reduções de 6,2% no trimestre e de 14,3% no ano.

Adriana acredita que as razões para a retração das pessoas no mercado de trabalho são a permanência mais longa na escola de camadas mais jovens da população e também o não retorno de mais velhos ao mercado depois da pandemia.

Rendimento

O rendimento real habitual ficou estável frente ao trimestre anterior em R$ 2.901. No ano, o crescimento foi de 6,6%.

Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 280,9 bilhões. O resultado também ficou estável frente ao trimestre anterior, mas cresceu 7,9% na comparação anual.

(*) Crédito da foto: reprodução/Diário do Rio