Mantendo a linha de queda registrada no terceiro trimestre, a taxa de desemprego no Brasil recuou novamente no trimestre encerrado em outubro. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que o indicador caiu a 7,6% — a menor marca para o período desde 2014 (6,7%).

No trimestre até julho, a taxa de desemprego estava em 7,9%, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O resultado de 7,6% está em linha com as expectativas do mercado financeiro.

Com a queda no desemprego, o trimestre também registrou recorde de população ocupada com algum tipo de trabalho — o equivalente a 100,2 milhões de pessoas. Esta é a primeira vez que o número de brasileiros ocupados ultrapassa a marca dos 100 milhões na Pnad, iniciada em 2012.

Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, avaliou que a ocupação vem mostrando um “crescimento sustentado”. Ou seja, sem o registro do que ela chamou de “intermitência” ou “gangorra”.

“Estamos diante de um cenário de recuperação de indicadores econômicos. Isso acaba se refletindo no mercado de trabalho”, disse a pesquisadora.

Atividades em destaque

No primeiro semestre, a atividade econômica mostrou desempenho acima do esperado no país com o impulso da agropecuária. O mercado de trabalho costuma responder com algum atraso aos estímulos da economia, apontam analistas.

Parte dos analistas também recomenda cautela ao analisar o aumento da população ocupada em termos absolutos. Isso porque os dados da Pnad ainda não refletem possíveis impactos do Censo Demográfico 2022.

No trimestre até outubro, o número de subocupados foi de 5,4 milhões, um acréscimo de 5,6% (ou 287 mil a mais) ante o período finalizado em julho (quase 5,2 milhões).

População desempregada

De acordo com o IBGE, o total de brasileiros desempregados recuou para 8,3 milhões no trimestre até outubro. O número era de 8,5 milhões nos três meses anteriores.

A população considerada desempregada pelas estatísticas oficiais envolve pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse contingente.

Segundo o IBGE, o impulso à ocupação no trimestre até outubro veio das vagas formais. O órgão destacou que o número de empregados com carteira no setor privado chegou a 37,6 milhões.

(*) Crédito da foto: reprodução/Carta Capital