De acordo com o levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego atingiu 7,7% no final do terceiro trimestre. Segundo o Instituto, esse resultado representa o patamar mais baixo registrado desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, com um recorde histórico de trabalhadores ocupados. No entanto, a queda não foi uniforme entre os estados.

Apenas São Paulo (de 7,8% para 7,1%), Maranhão (de 8,8% para 6,7%) e Acre (de 9,3% para 6,2%) apresentaram diminuição na taxa de desocupação no período. Roraima foi o único estado a registrar aumento, de 5,1% para 7,6%. Nos demais estados da federação, a taxa de desemprego permaneceu estável.

Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, destacou o papel de São Paulo na redução do desemprego no trimestre, afirmando: “São Paulo tem uma importância considerável devido ao contingente no mercado de trabalho, o que influencia significativamente na queda em nível nacional”, explicou em entrevista ao G1.

Diferenças marcantes

No comparativo entre unidades da federação, a Bahia (13,3%), Pernambuco (13,2%) e Amapá (12,6%) tiveram as maiores taxas de desemprego no terceiro trimestre. As menores, por outro lado, estão em Rondônia (2,3%), Mato Grosso (2,4%) e Santa Catarina (3,6%).

O dado mais relevante, entretanto, é a redução de 0,7% na taxa de desemprego em São Paulo, representando uma queda de 8,4% na população desocupada, que é o maior contingente de trabalhadores do país.

“Apesar de a maioria das UFs não ter alcançado uma redução estatisticamente significativa, quase todas apresentaram tendência de queda. Ou seja, dentro da estabilidade, houve um direcionamento para baixo”, afirmou Adriana.

No recorte regional, o Nordeste permanece como a região com a maior taxa de desocupação no país, atingindo 10,8%. Além disso, a taxa de informalidade é mais alta no Norte (52,8%) e no Nordeste (51,8%), regiões que ficaram acima da média nacional (39,1%). Os maiores percentuais foram observados no Maranhão (57,3%), Pará (57,1%) e Amazonas (55%).

A pesquisa do IBGE também revela que a taxa de desemprego por sexo foi de 6,4% para os homens e 9,3% para as mulheres no terceiro trimestre. A divisão por cor ou raça mostra que a desocupação entre os brancos (5,9%) é consideravelmente menor do que entre pretos (9,6%) e pardos (8,9%).

Por fim, a análise da desocupação desagregada por instituição acadêmica indica que aqueles com ensino médio incompleto (13,5%) apresentaram as maiores taxas. “Para as pessoas com nível superior incompleto, foi de 8,3%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,5%)”, concluiu Adriana.

(*) Crédito da foto: Agência Brasília