A boa performance do segmento de short-term rental nessa retomada, que fez várias redes nacionais se movimentarem, já vem gerando frutos para o Airbnb. Desde o IPO (Initial Public Offering) em dezembro de 2020, o preço das ações da companhia disparou, atingindo US$ 177,90 em 4 de março na bolsa de valores Nasdaq. O valor é mais de 2,5 vezes o preço da abertura de capital, de US$ 68 por papel.

Vale destacar que, logo na primeira sessão de negociações na Nasdaq, os papéis do Airbnb dispararam 115%. No mesmo dia, um vídeo com o CEO Brian Chesky viralizou na internet (veja abaixo). Na imagem, o co-fundador da plataforma aparenta estar extremamente surpreso com o valor das ações na abertura do pregão – bem acima do preço-alvo definido para o IPO. Pela sua reação, a sensação foi de que o empresário havia deixado alguns bilhões na mesa…

 

Na disparada das ações do Airbnb, chama atenção o fato disso ocorrer ainda em meio à pandemia, que vem limitando a demanda turística em várias partes do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, os gastos com viagens cederam 42% em 2020 frente ao ano anterior, somando US$ 679 bilhões. Embora o movimento tenha se recuperado em certa medida, permanece ainda abaixo dos níveis pré-pandêmicos nos EUA, onde se concentra parte expressiva da oferta de acomodações da plataforma.

Airbnb e alguns dados

Números levantados pela Finaria apontam que o valor de mercado do Airbnb superou os US$ 110 bilhões em 4 de março. O montante supera o de rivais como Expedia (US$ 20 bilhões), Booking Holdings (US$ 93 bilhões) e TripAdvisor (US$ 5 bilhões). Mais ainda, desde sua fundação, a plataforma já gerou US$ 110 bilhões em receita para seus anfitriões. Já o faturamento pulou de US$ 919 milhões, em 2019, para US$ 4,8 bilhões, no ano passado.

Mesmo sentindo os efeitos da pandemia fortemente, vide o prejuízo líquido do ano passado, o Airbnb atingiu, em janeiro, 70% do número de reservas que detinha na pré-pandemia. Há ainda mais detalhes sobre o perfil dessas hospedagens: as estadias a menos de 200 quilômetros de casa representaram 56% das reservas, ante 31% no período, o que reforça a posição do turismo regional como indutor da retomada.

A expectativa é que a receita do Airbnb aumentem 37% em 2021 frente ao ano anterior. Em comparação, a receita da Expedia deve disparar 50% e, 35%, em 2022, na mesma base de comparação.

Airbnb - ações disparam_gráfico

(*) Crédito da capa: digasalinas/Pixabay