De acordo com pesquisa da PwC, cerca de 72% dos líderes empresariais acreditam que o bom uso de IA (Inteligência Artificial) será uma vantagem significativa nos negócios no futuro. E isso vem sendo apontado há algum tempo, não é mesmo, hoteleiro? Muitas são as projeções de como essa tecnologia pode impactar a operação dos empreendimentos em diferentes frentes, e com o RM (Revenue Management) não é diferente.

Um artigo do Hotel Management mostra todas as oportunidades que essas tecnologias oferecem para a gestão de receitas. Chris Crowley, CRO da Duetto, fala sobre o histórico das práticas de RM. “A gestão de receitas já se baseou, no passado, em tendências anteriores para prever o futuro. Só que o hoteleiro de hoje enfrenta vários desafios novos, desde mudanças no comportamento do consumidor até alterações nos padrões de viagens corporativas e de lazer, além da influência da cultura pop nas viagens”, comenta.

A inteligência artificial permite que os hoteleiros encontrem novas soluções para esses desafios. O profissional cita como exemplo o uso de IA e machine learning para otimizar algoritmos de preços e atingir lucratividade máxima. “O aspecto mais intrigante é como as equipes de receitas de hotéis empregam a IA”, disse Crowley. “O foco principal muitas vezes envolve a organização de atividades promocionais ou orientadas ao perfil com seus hóspedes, por exemplo, usando a IA para campanhas de marketing direcionado. A IA pode ajudar a determinar quem você está segmentando, o que dirá a eles e como dirá”, complementa.

A IA também permite uma otimização da margem de lucro, segundo Geert Mol, gerente sênior de Gerenciamento de Produtos na Infor Hospitality. “A IA pode ser usada não apenas para a gestão tradicional de receitas, mas também para incorporar espaços de eventos, restaurantes e outras fontes de renda em um só lugar”.

“A inteligência generativa também torna possível otimizar aspectos operacionais, como escalas de serviço, com base na presença prevista de hóspedes, chegada e partida, mix de clientes, bem como uso de restaurantes e outros. A atribuição de quartos aos hóspedes com base nas preferências, levando em consideração os horários esperados de chegada e partida e segmentos de clientes, também é uma possibilidade”, complementou Mol. “Após melhorias na previsão e otimização por meio da IA, também somos capazes de obter melhores insights sobre o que impulsiona a melhor receita e margem”, disse o executivo. “Tudo isso permite que os revenue managers se concentrem em decisões e direções estratégicas, em vez das tarefas mundanas de coleta de dados”.

E o big data?

Tecnologias de dados mais avançadas têm sido boas aliadas para a gestão de receitas, mas também se percebe maior necessidade de encontrar informações relevantes, pontuou Stan van Roij, vice-presidente de Estratégia de Produtos na Infor Hospitality. “A IA está nos ajudando exatamente nisso e separando o ruído daqueles elementos relevantes para a gestão de receitas”, acrescentou. “Uma vez que dados relevantes foram identificados, a IA é essencial na modelagem do comportamento do hóspede. Isso costumava ser feito com técnicas de machine learning  e, cada vez mais, é realizado por meio desse recurso de aprendizado profundo que funciona como um cérebro humano e é capaz de fazer conexões complexas em padrões de comportamento do hóspede”.

(*) Crédito da foto: geralt/Pixabay