Quando os bons resultados aparecem, só existe um sentido possível para seguir: para o alto e avante. E o incremento de 191% em receita em 2022 frente a 2021 só deixou a Blue Tree Hotels com ainda mais apetite por crescimento. Com 21 empreendimentos no país, a rede liderada por Chieko Aoki buscou resgatar a essência da empresa como forma de engajar colaboradores e vem se mostrando aberta a explorar novos segmentos de hospitalidade.

Os números de 2022 ultrapassaram os níveis pré-pandêmicos de 2019 em 121% — abrindo margem para um 2023 ainda melhor. Em março deste, o Blue Tree Verbo Divino, por exemplo, registrou um mês histórico, com faturamento de R$ 4,4 milhões, ocupação de 79,39% e diária média de R$ 539,33.

Com os bons ventos, o grupo hoteleiro subiu a régua para o fechamento de 2023. “Que Deus nos escute, pois estamos gostando dos resultados”, brinca a presidente da rede em entrevista ao Hotelier News. Ainda que cada região performe de acordo com suas particularidades, a Blue Tree Hotels pretende manter o ritmo tracionado em 2022.

“O ano passado foi de recuperação, processo que começou ainda no primeiro trimestre. Praças em uma curva ascendente, como São Paulo, nos levam a crer em um movimento semelhante ao de 2022, com metas ainda mais agressivas. Já tivemos um estouro no início de 2023 e queremos continuar assim”, explica a executiva.

O Blue Tree Thermas de Lins, no interior paulista, é outro case de sucesso do grupo. No primeiro trimestre de 2023, o empreendimento cresceu 17,7% em faturamento no comparativo com o mesmo período em 2022 e 81% frente a 2019.

Para Chieko, a boa performance de um dos principais produtos de lazer da rede só reforça a missão da Blue Tree de promover maior conexão entre as famílias. “Queremos oferecer uma experiência de fortalecimento de laços, que é uma das melhores características das famílias brasileiras”.

chieko aoki

Queremos fortalecer laços, diz Chieko

São Paulo, a bola da vez

Os números compartilhados acima da unidade de Verbo Divino, na capital paulista, expõem o bom momento da maior cidade do país. A presidente da rede destaca que São Paulo vem se destacando dentre as praças trabalhadas pela Blue Tree após uma intensa transformação de mercado.

“É uma praça que teve uma recuperação diferente do restante. Houve o impacto das restrições do corporativo, mas os movimentos de lazer e entretenimento chamaram os eventos de negócios. E um reflexo claro foi o mês de março. São Paulo é a bola da vez”, afirma a executiva.

Além de citar o empreendimento de Lins, Chieko também destaca outros mercados, como Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis dentre as praças que mais evoluíram em seus resultados nos últimos meses.

Novas possibilidades

Dentre as propriedades da rede no Brasil, apenas duas são franqueadas (São Luís e Santo André). Enquanto as multinacionais optam pelo modelo para ganhar escala, a Blue Tree preferiu trabalhar com cautela antes de investir em expansão por meio do sistema de contrato. “Nossa ideia não era abrir franquias de qualquer jeito, mas analisar quais as reais necessidades dos franqueados. Por esta razão, ficamos um tempo sem inaugurar novas frentes”, revela a presidente.

Mas muito se engana quem acha que o grupo não considera as franquias como um vetor de crescimento. Chieko adianta que a Blue Tree está negociando novas perspectivas, uma vez que a rede oferece um produto atraente aos franqueados. “Tudo que fazemos é com muita responsabilidade. Enquanto não tivermos certeza que será um excelente trabalho, não vamos fazer. Mas agora estamos seguros”.

Sobre o segmento de multipropriedade — nicho ainda inexplorado pela rede — a presidente diz que não se trata de uma carta fora do baralho. “Deixamos o setor amadurecer, pois todo novo negócio tem seu tempo de maturação. Muitos players chegaram e agora a multipropriedade está mostrando seus reais problemas e benefícios. Contudo, é um mercado que cresceu e existe sim o interesse de ingressar”, revela a executiva.

Alma Blue Tree

Em busca de resgatar sua cultura empresarial, a Blue Tree desenvolveu um programa de embaixadores da Alma Blue Tree — DNA de hospitalidade da rede. Os escolhidos são colaboradores experientes que têm a missão de engajar os times de acordo com os princípios da marca.

“Esta é uma questão que sentimos a necessidade de retomar após a pandemia. Temos que estar nos hotéis por inteiro, recebendo as pessoas com afeto. Com o isolamento social e o uso de máscaras, esses pontos acabaram ficando esquecidos, o que é algo ruim para o nosso setor”, diz Chieko.

Segundo a presidente, os profissionais nomeados embaixadores são aqueles que simbolizam a Alma Blue Tree. “São colaboradores que precisam estar atentos para orientar as equipes para manter nossa essência firme nos hotéis. E eles estão em diferentes áreas, tanto na gerência quanto na recepção”.

Muito além de disseminar a cultura da marca, o programa visa ainda contribuir com a formação e desenvolvimento de profissionais comprometidos. “Prezamos pelo crescimento pessoal e profissional de nossos colaboradores, que receberam essa iniciativa com motivação e produtividade”.

Após um processo de capacitação pelo período de um ano, a Blue Tree nomeará novos embaixadores. “É quase como uma graduação. Temos 20 princípios que são trabalhados a cada semana, trazendo uma personificação com fatos e experiências reais do dia a dia dos colaboradores”.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Blue Tree Hotels