Enquanto o mercado aguarda pelo leilão do Aeroporto de Congonhas (SP) e outros 14 ativos marcado para agosto, o Aeroporto de Guarulhos (SP)  recebeu autorização do governo para construção de um terminal VIP. Segundo a Folha de São Paulo, foi liberada a assinatura de três novos contratos: um hotel vizinho ao edifício-garagem, um hangar para manutenção de aeronaves da United Airlines e galpões logísticos de grande porte.

Em ambos os casos, a autorização permite à concessionária assinar o contrato comercial de cessão do espaço no aeroporto com prazo superior ao ao período de vigência da concessão. Segundo o secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, responsável pela liberação, a medida ajuda as concessões antigas a atraírem investimentos que não teriam tempo suficiente para serem amortizados antes do fim do período de concessão.

Se aproximando da segunda metade da concessão de 20 anos, o Aeroporto de Guarulhos teria maior dificuldade para atrair grandes empreendimentos com viabilidade econômica pelo período que resta.

“É uma política pública pró-negócios, em que a gente viabiliza investimento grande nessa fase mais difícil da concessão, que é a reta final dos contratos”, afirma Glanzmann. “É uma fase em que não se veem muitos investimentos mundo afora, porque não há mais tempo para se amortizar daqui para a frente. Por isso o modelo de concessão de aeroportos brasileiro é visto como referência”, explica o secretário.

Terminal VIP

O chamado Terminal VIP tem como objetivo atender com exclusividade passageiros de renda mais elevada, especialmente àqueles que possuem seus próprios aviões. Ao todo, o investimento conta com US$ 80 milhões (aproximadamente R$ 409 milhões) em uma área de 5 mil metros quadrados (m²) e 4 mil de área construída. O terreno fica próximo aos hangares de manutenção da Latam e da American Airlines.

De acordo com Glanzmann, o investimento é de um grupo árabe com sócios canadenses, operado pela Jetex, uma das maiores do setor. No entanto, segundo ele, só foi possível atrair o projeto do empreendimento porque o contrato comercial que envolve a cessão de espaço no complexo aeroportuário terá prazo superior ao período de vigência da concessão.

“Guarulhos só tem mais dez anos de concessão. Ela é de 20 anos e já se passaram dez. Não dá viabilidade econômica para um projeto desses. Temos uma portaria que regulamenta contratos que extrapolam prazos da concessão. Esse, no caso, é um contrato de 40 anos”, pontua o secretário.

O serviço custa R$ 800 por pessoa e inclui limousine blindada com segurança privada, que busca o cliente em casa ou no hotel. Chegando no terminal, o passageiro pode usar os espaços privativos separados das salas convencionais, sistema de Imigração com Receita e Polícia Federal. Por fim, o passageiro é levado de carro até a porta da aeronave. Além de toda estrutura do local com padrão de luxo.

“Quando chega um grande empresário, ele vai para um terminal como esse. Ele tem condição de pagar, é inelástico a preço. E não tem nenhum terminal dessa natureza na América Latina”, completa Glanzmann.

(*) Crédito da foto: Divulgação