Gestado no início do ano, o Hotel Trends Stats chega à segunda edição hoje (21). Fruto de uma parceria do Hotelier News com a OTA Insight, o relatório apresenta um completo estudo de demanda para os próximos 180 dias em sete capitais brasileiras. Chance do hoteleiro obter maior clareza sobre as perspectivas para essas cidades e, com isso, tomar melhores decisões comerciais.

O estudo se baseia em números da base de dados da OTA Insight, como busca por voos e tarifas públicas de hotéis, entre outros. É importante ressaltar que o Hotel Trends Stats também inclui dados do segmento de short-term rentals. Sim, com certeza é possível usar as informações do mercado de aluguel de curta temporada a favor da sua estratégia comercial.

No geral, o relatório mostra que os níveis procura por voos e hotéis vêm desacelerando frente ao observado no primeiro semestre, quando a demanda reprimida gerada pela pandemia ainda proporcionava crescimento orgânico generalizado para a hotelaria. Ainda assim, novembro promete para a maioria das praças analisadas, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que têm muitos eventos previstos.

“A boa notícia para os próximos meses é que, na grande maioria das praças, os preços continuam se mantendo em bons níveis quando comparados a 2022. O que isso quer dizer? Que, mesmo em períodos de demanda mais baixa em setembro e outubro, os hotéis mantêm a estratégia de aumento de tarifas frente ao ano passado, o que é muito bom pensando na maturidade desses mercados”, Ricardo Souza, Lead Team da OTA Insight na América Latina.

Em uma perspectiva mais ampla, mirando 2024, o estudo aponta que a alta temporada de verão (incluindo Carnaval) será positiva para cidades como Rio de Janeiro, Salvador e até Fortaleza, que não está no estudo. Em termos de demanda, por exemplo, essas praças apresentam níveis bem próximos desse ano, que representa uma base de comparação elevada.

“Ou seja, mesmo com aquela discussão de que a demanda reprimida chegou ao fim, notamos que a alta temporada certamente terá um turismo doméstico bastante agitado, com os hotéis performando muito bem. Na nossa visão, a percepção de que o mercado está se acomodando se aplica mais para a temporada de inverno, quando o brasileiro busca destinos internacionais”, avalia Souza.

Análise por praça

São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Salvador são as praças analisadas em cada um dos relatórios do Hotel Trends Stats. Veja abaixo um breve resumo dos dados de demanda futura e de preços de cada uma dessas cidades. Se quiser acessar o material completo, o download está disponível no link https://shre.ink/Hgcb.

São Paulo

  • Buscas por hotéis: procura em nível intermediário para os próximos 45 dias. Ainda assim, há ainda um saldo de buscas para novembro em função da F1 e shows da Taylor Swift.
  • Preços: conseguiu recompor preços de maneira sustentável em 2023. Para os próximos meses, tendência é a tarifa se acomodar acima de 2022.
  • Short-term rentals: oferta cresceu muito nos últimos anos e pode gerar preocupação.

Rio de Janeiro

  • Buscas por hotéis: ainda continua muito dependente dos feriados e público de lazer para manutenção de bons níveis de demanda.
  • Preços: atenção para o feriado Finados, pois, além da data comemorativa, tem a final da Copa Libertadores e 50% dos hotéis já aplicam restrição de data ou estão sold out.
  • Short-term rentals: já tem 50% de ocupação para o feriado de Finados, com diária próxima a R$ 800.

Brasília

  • Buscas por hotéis: cidade com a menor antecedência de compra entre todas as monitoras no Brasil. Ainda assim, há bons níveis de buscas para outubro.
  • Preços: até agosto, cidade conseguiu posicionar seus preços ligeiramente acima dos níveis dos últimos anos. Tendência para os próximos meses é essa também.
  • Short-term rentals: ocupação do segmento vem crescendo e, atualmente, está na casa de 39%, com diária média de R$ 310.
Hotel Trends Stats - 2º edição - BH

Belo Horizonte tem boas perspectivas, com uma agenda de eventos movimentada

Belo Horizonte

  • Buscas por hotéis: demanda tem sido de baixa antecedência. Os picos de buscas nos próximos meses se concentram nos períodos de feiras, congressos, shows e feriados.
  • Preços: tarifas públicas tiveram crescimento exponencial e um alto grau de descolamento quando comparado aos últimos quatros anos e 2022. Para os próximos meses, preços em linha com o ano passado.
  • Short-term rentals: tem um dos menores inventários entre todas as cidades monitoradas pela OTA Insight. Preços públicos no segmento com tendência de alta.

Porto Alegre

  • Buscas por hotéis: a cidade tem uma janela de antecedência curta quando analisada a busca por hotéis. Por essa razão, o pico de procura neste acontece se concentra em setembro mesmo.
  • Preços: nos próximos meses, tendência é de ligeira alta frente às tarifas de 2022. Cidade, contudo, ainda tem um caminho longo para repor a inflação dos últimos quatro anos.
  • Short-term rentals: inventário é baixo, mas, com a cidade em dificuldades para corrigir preços perante a inflação, a oferta do segmento pode atrapalhar um pouco a hotelaria nesta direção.

Curitiba

  • Buscas por hotéis: níveis de demanda por hotéis para o segundo semestre abaixo dos primeiros seis meses de 2023. Patamar de buscas intermediário, com picos isolados em períodos de eventos e feiras.
  • Preços: níveis de preços públicos bem acima dos últimos quatro anos. Para os próximos meses, tarifas em linha com o segundo semestre de 2022.
  • Short-term rentals: ocupação do segmento está em 38%, em média, para os próximos seis meses. Oferta cresceu bastante nos últimos anos.

Salvador

  • Buscas por hotéis: com um volume grande de buscas para os feriados, hotelaria local precisa maximizar os preços nesses períodos para compensar semanas sem as datas comemorativas.
  • Preços: para os próximos meses, tendência é de normalização de preços a níveis próximos a 2022. Hotelaria precisa ter cuidado para não reduzir tarifas, já que a demanda será mais baixa (exceto feriados).
  • Short-term rentals: níveis de ocupação do segmento são ligeiramente mais baixos do que em outros mercados analisados.

Para baixar o material completo (em versão PDF), clique em https://shre.ink/Hgcb.

(*) Crédito da capa: Hotelier News

(**) Crédito da foto: Acácio Pinheiro/Ministério da Cultura