Dando continuidade aos balanços das grandes redes hoteleiras, foi a vez da Accor divulgar seus resultados financeiros referentes ao terceiro trimestre de 2023. A gigante francesa reportou receita de £ 1,286 bilhão, aumento de 13% frente ao mesmo período do ano passado, aponta o Hotel News Resource.

O incremento é creditado, em grande parte, à performance das divisões Premium, Midscale e Economy, que geraram receita de £ 767 milhões, e de luxo e lifestyle. As alterações no perímetro de consolidação, principalmente da Paris Society na divisão Luxury & Lifestyle, contribuíram positivamente com £ 85 milhões. Por outro lado, os efeitos cambiais tiveram impacto negativo de £ 98 milhões, resultante principalmente do dólar australiano (-11%), do americano (-7%) e da lira turca (-38%).

A receita de M&F (Management e Franchise) dos empreendimentos premium, midscale e econômicos chegou a £ 225 milhões, aumento de 17% na comparação com o terceiro trimestre de 2022. Já no luxo e lifestyle, a cifra chegou a £ 108 milhões.

O balanço da Accor aponta também que a procura hoteleira permaneceu muito forte ao longo do terceiro trimestre, com o RevPar crescendo 15% em comparação com o ano anterior, apesar da base comparativa elevada (o indicador, no terceiro trimestre de 2022, aumentou 14% frente ao mesmo período de 2019).

Outros dados

A dinâmica observada nos trimestres anteriores se manteve constante, com a diária média ainda elevada e melhora acentuada na taxa de ocupação, ligeiramente inferior ao nível de 2019.

O relatório da rede aponta que todas as regiões e segmentos contribuíram com sólido desempenho operacional, ainda que os primeiros sinais de normalização do crescimento da atividade se materializem após vários trimestres de intensa recuperação.

No terceiro trimestre, a Accor abriu 73 hotéis (9,2 mil quartos), alcançando assim crescimento líquido de 3% nos últimos 12 meses. No final de setembro, o grupo contava com uma carteira de 812.425 quartos (5.537 hotéis) e um pipeline de cerca de 219 mil quartos (1.273 hotéis).

Para 2023, o grupo confirma sua previsão de crescimento entre 2% e 3%, reforçando as boas projeções para o ano.

Recorte regional

Nas Américas, que refletem principalmente o desempenho do Brasil (63% da receita de quartos na região), iniciou-se uma fase de estabilização. Na verdade, o o mercado brasileiro excedeu sua taxa de ocupação pré-pandemia desde o segundo trimestre de 2023 e o crescimento agora é impulsionado pelos preços.

A Europa e Norte da África registraram aumento de 9% no RevPar em relação ao terceiro trimestre de 2022. Na França, que representa 44% das receitas de alojamento europeias, os negócios se beneficiaram do aumento do número de turistas internacionais de lazer em Paris, compensando a menor demanda de turistas domésticos.

No Reino Unido, que representa 13% das receitas da Europa, as tendências do RevPar foram comparáveis às da França, graças ao aumento do fluxo de turistas internacionais que beneficiou Londres mais do que em outras cidades.

No Oriente Médio, África e Ásia, o aumento do RevPar foi de 25% na comparação anual. No continente asiático, o resultado é creditado principalmente à China, que representa 23% das receitas da região.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News