A Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas) anunciou, em relatório divulgado hoje (27), que o setor teve faturamento de R$ 3,3 bilhões no terceiro trimestre deste ano. A cifra é 11,6% superior ao mesmo período de 2019, ano pré-pandemia e principal base comparativa. O estudo mostra também que nove dos 11 setores pesquisados no mercado superaram seus desempenhos quando comparados a 2019.

No acumulado de janeiro a setembro, o faturamento também está próximo do nível pré-pandemia. No acumulado, a receita chegou a R$ 8,1 bilhões, frente a R$ 8,5 bilhões no mesmo período de 2019. Só em setembro, a receita foi de R$ 1,1 bilhão, superando o mesmo mês do ano anterior à crise sanitária, que registrou R$ 996 milhões.

Segundo a Abracorp, o destaque em setembro foi o segmento aéreo, que faturou R$ 778 milhões, 65,86% do total da receita do setor e 22,32% acima do valor observado em setembro de 2019. “O segmento aéreo internacional começa a consolidar uma recuperação também. No segundo trimestre, tivemos queda de 35% no número de bilhetes emitidos em relação a 2019, mas no trimestre seguinte observamos um distanciamento menor, de 27%, refletindo essa tendência de retomada”, afirma Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp.

Outros dados

A pesquisa da Abracorp também mostra que, em relação às viagens aéreas nacionais, o faturamento em setembro foi 16% superior se comparado ao mesmo período de 2019, mas com emissão de bilhetes ainda inferior. Conforme a entidade, o aumento das passagens aéreas explica o bom desempenho, mesmo com redução na emissão de tíquetes.

“Já era uma variação esperada, até em função das mudanças comportamentais das pessoas e empresas. Mas vale salientar que a recuperação das viagens decorrentes de eventos corporativos está retomando com força. E isso está fazendo uma diferença muito positiva”, avalia Tanabe.

Em setembro, o segmento rodoviário foi outro grande destaque, faturando aproximadamente R$ 2,3 milhões, cifra 148% superior ao mesmo mês de 2019. “É uma marca histórica, claramente demonstrando que as viagens corporativas, após a pandemia, estão se remodelando”, complementa o executivo.

A hotelaria, por sua vez, teve receita de R$ 295 milhões no mês, 12,23% acima de igual período de 2019. Já em relação à geração de empregos, o segmento de viagens corporativas ainda tenta se recuperar, visto que chegou a perder em torno de 50% dos empregos entre 2019 e 2021.

Neste cenário, um dos principais desafios do setor é criar estratégias para enfrentar os altos custos impostos pela tecnologia. “A disponibilidade de conteúdos torna-se cada vez mais complexa no cenário da inclusão digital. Se por um lado, oferece importantes benefícios como agilidade e segurança nas transações, por outro, os custos nesse ecossistema são cada vez mais crescentes. E o uso intensivo da tecnologia não implica em redução de mão de obra em serviços, como ocorre no setor industrial”, finaliza Tanabe.

(*) Crédito da foto: Briana Tozour/Unsplash