Atual presidente executivo da Abracorp (Associação Brasileira de Viagens Corporativas), Gervasio Tanabe atua na entidade desde 2013, com uma pequena brecha em 2018, quando se aventurou também no setor de tecnologia.

O profissional começou sua trajetória no turismo com a Varig, onde contabilizou mais de 20 anos de carreira. Em seu currículo constam ainda nomes como a antiga TAM e a Gol, além de agências de viagens corporativas.

Com grande preferência pelo setor, Tanabe vê o turismo com potencial de ser a maior fatia do PIB brasileiro. Ao longo do tempo, buscou aperfeiçoar as competências como business coach e conselheiro de administração, formando no IBGC ( Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

Quanto à pessoa Gervasio Tanabe, em seu tempo livre ele gosta de correr. Aos 50 anos decidiu se aventurar no esporte e hoje tem mais 15 meias e três maratonas completas realizadas. O profissional ainda carrega consigo um objetivo: realizar uma prova por ano até os 65 anos.

Três perguntas para: Gervasio Tanabe

Hotelier News: Você tem mais de 30 anos de experiência no ramo de serviços. Quais as principais mudanças que assistiu ao longo da carreira e o que mais te marcou?

Gervasio Tanabe: É uma longa história. Mas o importante é que eu faria tudo de novo, igualzinho. Com certeza, as mudanças mais latentes foram as tecnológicas, porque turismo é cuidar de pessoas, basicamente. No fundo cuidamos dos desejos dessas pessoas. Viajar é sonhar e foram todos esses anos só atuando no turismo. E as pessoas não mudam sua vida, mudam o como fazer para viver, acho que esse é o ponto. Ao longo de todos esses anos, tive a oportunidade de conhecer pessoas de várias partes do mundo. Lembro-me de uma reunião em Frankfurt, num dos primeiros eventos de inauguração da Star Alliance, aliança de companhias aéreas. Eram profissionais de várias partes do mundo. Uma verdadeira ONU, de tantas pessoas de diferentes países. Experiência incrível e marcante.

HN: Quais as principais diferenças no hábito de consumo no setor de viagens? A pandemia trouxe novas práticas por parte dos clientes?

GT: Fazendo uma viagem para o passado, o que vimos é, de fato, o conforto das pessoas enquanto em viagem, aliado a melhores controles. Fora isso, me parece que não vislumbramos tantas mudanças nos hábitos de consumo do setor. Veja, há 30 anos, uma viagem para Miami durava 8 horas. E hoje ? Ainda continua sendo em 8 horas. Se temos mais conforto na viagem? Não acho. Pagamos menos, talvez. Agora, falando da pandemia, aí sim, há muita mudança nos protocolos. Segurança passou a ser essencial para as pessoas. E aí novos hábitos vieram para se tornar novos padrões.

HN: O que ainda falta para a consolidação da retomada? Ela só virá com a vacina?

GT: A grande questão é que desde o início, o principal aspecto que faz disseminar o Covid-19 é o contato. Esse foi o problema mais crônico que impactou o setor. O lockdown fechou os hotéis e colocou os aviões no chão. Aliou-se a isso o fato do contato ser extremamente arriscado. Ainda que seja perigoso, hotéis e companhias aéreas oferecem, hoje, muito mais segurança ao usuário/viajante do que na própria casa, em termos de higiene. A partir daí as pessoas se isolaram e passou-se a impressão de que viajar seria arriscado, esse foi o ponto. A grande questão é conscientizar as pessoas de que segurança é algo que não pode ser terceirizado. A vacina ajudará a minimizar os temores da viagem, com certeza.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Abracorp