6º Expo Fórum Visite São Paulo: “ainda há espaço para crescer”, diz Ricardo Nunes sobre turismo na capital

Em coletiva realizada hoje (5) no 6º Expo Fórum Visite São Paulo, Ricardo Nunes, prefeito da capital paulista, falou sobre o potencial do turismo da cidade. Segundo o gestor, o setor vem registrando boa performance, mas ainda há espaço para crescer.

6º Expo Fórum Visite São Paulo - Ricardo_Nunes

Prefeito exaltou potencial turístico da capital

“Tivemos eventos importantes neste ano, como o The Town, Fórmula 1 e Primavera Sounds. Isso ajudou a fomentar consideravelmente o turismo ao longo de 2023. Além disso, estamos com as concessões do Pacaembu e Anhembi, que entrarão em funcionamento em breve, complementando nossa infraestrutura para receber cada vez mais turistas”, disse o prefeito.

Sobre iniciativas, Nunes mencionou que a prefeitura lançará em breve o Plano Municipal de Turismo 2024-2029, contemplando uma série de ações. O mote da campanha é mostrar atrativos turísticos para turistas nacionais e internacionais, visando aumentar o tempo de permanência dos visitantes na cidade, gerando maior receita para o turismo.

Complementando a fala do prefeito, Rodolfo Marinho, secretário Municipal de Turismo de São Paulo, fez pontuações acerca da campanha. Segundo ele, ainda em 2024, a gestão municipal deve reforçar a estrutura de acessibilidade para garantir que o turismo seja cada vez mais inclusivo, proporcionando experiências de qualidade para turistas com algum tipo de deficiência.

Ações

Durante a coletiva, Marinho destacou ainda que a gestão municipal segue investindo em capacitação dos profissionais de turismo, em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi e USP (Universidade de São Paulo), com o objetivo de aperfeiçoar a mão de obra para garantir bom atendimento durante grandes eventos na capital paulista.

“A cidade está com esse olhar de aprimoramento desses profissionais. Isso está no plano municipal de turismo, que será lançado em 2024”, destacou o secretário.

Outro ponto importante abordado durante a coletiva foi a proposta da Aena, administradora do Aeroporto de Congonhas, para levar voos internacionais para o terminal. “Ainda não sabemos exatamente como é esse projeto, mas já estamos alinhando este contato. Se a proposta for interessante, sem dúvida iremos apoiar. Trata-se de um terminal extremamente importante para São Paulo e, sendo assim, iremos analisar”, finalizou Nunes.


E na aviação? Quais as tendências?

Seguindo com a programação do 6º Expo Fórum Visite São Paulo, Ruy Amparo, diretor de Operações da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) apresentou o painel Tendências no setor aéreo, discutindo diversas questões que influenciam na experiência do cliente.

“Em muitos pontos, a aviação é muito parecida na hotelaria. Por exemplo, a falta de mão de obra é algo que tem nos impactado também, ao mesmo tempo em que os profissionais sejam cada vez mais capacitados, para ofercer ao cliente uma experiência positiva”, destacou.

Iniciativas

Em sua fala, o executivo falou que a aviação regional está ganhando cada vez mais espaço, fortalecendo a tendência do turismo de proximidade e contribuindo para que o setor tenha um desempenho aliado com o período pré-pandemia. “Além disso, a aviação está voltando aos níveis do período pré-crise, com novas rotas e parcerias que fomentam o aumento da malha aérea”, concluiu.


Quais as principais tendências para a hotelaria?

Prosseguindo com as palestras do 6º Expo Fórum Visite SP, Orlando de Souza (FOHB) e Cristiano Vasques (HotelInvest) apresentaram o painel Tendências na hotelaria, comentando indicadores importantes do setor em diversas regiões do Brasil.

6º Expo Fórum Visite São Paulo - Painel_tendências

Vasques analisou a performance do setor

“No primeiro trimestre, tivemos uma ocupação forte, e nos dois seguintes ela estabilizou. Isso significa que, apesar dessa estabilização da ocupação, a diária média segue crescendo, e isso é muito positivo para o setor, de modo geral”, disse Vasques.

“Para 2024, a previsão é de que as tarifas continuem elevadas. Isso porque espera-se que os juros caiam no ano que vem. Essa queda aumenta a demanda de viagens e, com mais pessoas viajando, significa maior movimentação nos hotéis, o que justifica o aumento da diária média”, explicou o executivo da HotelInvest.

Outras perspectivas

Em sua fala, Vasques ressaltou que, hoje, não existe fundamento econômico para a construção de novos empreendimentos. “O que temos é um caminho aberto para que os indicadores dos hotéis continuem crescendo”, acrescentou.

Souza, por sua vez, disse que a perspectiva de baixo desenvolvimento de hotéis é um fator negativo a longo prazo. “No momento atual, pode até ser positivo, porque traz um cenário de aumento de receita para os hotéis já existentes. Mas a longo prazo, não é um bom negócio”, analisou.

“Isso porque, com poucos hotéis abrindo, o parque hoteleiro fica cada vez mais ralo, com baixa capacidade de criar uma infraestrutura que fomente o turismo como um todo”, finalizou o presidente do FOHB.


Como a Reforma Tributária impacta o turismo?

Seguindo com a programação do 6º Expo Fórum Visite São Paulo, o painel Reforma Tributária: o fim ou apenas o começo? debateu os impactos da Reforma Tributária na cadeia turística brasileira. O bate-papo foi liderado por Fabio Monteiro Lima (Lima Volpatti) e Thiago Marques (Bichara Advogados).

Dando início à conversa, Lima reforçou que foi feito um trabalho extremamente detalhado para convencer os congressistas de que um regime diferenciado de alíquota é essencial para o setor de turismo e eventos.

Reforçando o raciocínio, Marques falou sobre as conquistas do setor nesse trâmite. “Manter a hotelaria, parques e restaurantes em um regime diferenciado foi uma vitória. Mas vale lembrar que ainda não há nada resolvido, ou seja, essa tributação reduzida e diferenciada é, até o momento, apenas uma possibilidade”.

Desafios

Ainda durante o bate-papo, Marques ressaltou que o próximo desafio é garantir uma lei complementar que garanta as conquistas do setor na Reforma Tributária. “Isso é necessário para que o turismo brasileiro possa competir com outros grandes destinos turísticos ao redor do mundo”, analisou.

“É um esforço que passa por várias frentes, que visa trazer diversos benefícios para o setor, ou pelo menos garantir a neutralidade da tributação”, concluiu.


A atuação da Fundação 25 de Janeiro

Prosseguindo com a grade de conteúdo do 6º Expo Fórum Visite São Paulo, aconteceu o painel A história da Fundação 25 de Janeiro. Estiveram presentes no bate-papo Raul Sulzbacher, presidente do conselho do SPCVB; e Marisa Canton (FGV/SP).

6º Expo Fórum Visite São Paulo - Painel_Fundação

Painelistas reforçaram o papel da entidade

Detentora da marca SPCVB, a Fundação completou 40 anos de atuação no fomento ao turismo. “Hoje, o SPCVB adquiriu essa autoridade no setor e isso é fruto de um forte empenho, e trabalho em conjunto. Para nós, é motivo de muito orgulho”, disse Marisa.

“Ao longo dos anos, durante nossa atuação, o convention foi ganhando cada vez mais espaço no setor, promovendo iniciativas importantes para fomentar o turismo e reafirmar sua importância”, completou.

Atuação

Em sua fala, Sulzbacher afirmou que, quando a Fundação 25 de Janeiro começou sua atuação, São Paulo já possuía grande potencial turístico, mas pouco desenvolvido.

“O turismo de São Paulo nasceu com a Fundação 25 de Janeiro, trazendo eventos internacionais para a cidade, envelopando o destino para oferecer aos turistas, entre outras iniciativas que ficaram marcadas”, enfatizou.

Durante o painel, o executivo reforçou que, graças ao trabalho da entidade, São Paulo atualmente está no mesmo nível de diversos destinos internacionais em termos de potencial turístico. “Com muito trabalho, fizemos de São Paulo o que é hoje: um grande polo turístico”, finalizou.


Fomentando o turismo na capital e no interior

Prosseguindo com a programação, o painel O turismo na capital e no interior falou sobre os atrativos turísticos de diversos destinos do estado de São Paulo. A conversa teve participação de Roberto de Lucena, secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo; Rodolfo Marinho, secretário Municipal de Turismo de São Paulo; Alexandre Braga, presidente da Aprecesp (Associação das Prefeituras das Cidades Estância do Estado de São Paulo); e Cândido Murilo Pinheiro Ramos, presidente da Amitesp (Associação das Prefeituras dos Municípios de Interesse Turístico do Estado de São Paulo).

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Painel abordou atrativos turísticos de SP

O painel foi iniciado com Lucena falando sobre as ações da Setur-SP para promover e alavancar o turismo paulista. “As pessoas querem viajar e experienciar. Por isso, elas têm escolhido esse turismo de curta distância. Assim, São Paulo leva uma grande vantagem, pois somos um grande mercado consumidor”, apontou.

“Isso potencializa o desenvolvimento do setor no estado, sobretudo interior. Esse ambiente virtuoso que o estado tem faz com que observemos que São Paulo se tornou um canteiro de obras quando o assunto é turismo, sempre com grandes projetos e o setor se desenvolvendo de forma extraordinária”, acrescentou Lucena.

Seguindo com o raciocínio, Ramos pontuou sobre a importância dos pequenos municípios nas estratégias de desenvolvimento do turismo para o estado. “É a melhor forma de as grandes cidades terem sua receita elevada, pois esses recursos arrecadados com o turismo podem se transformar em investimentos em infraestrutura, e gerar muitos empregos, pois quanto mais demanda, mais profissionais necessários para atendê-las”.

Iniciativas

Em sua fala, Marinho reforçou que, nos últimos anos, o turismo da capital paulista deixou de ser essencialmente de negócios. “Nos eventos de entretenimento, conseguimos ativar esse lado cultural, saindo um pouco desse senso comum de que a cidade tem perfi 100% corporativo”.

Comentando no painel do 6º Expo Fórum Visite São Paulo, Braga afirmou que, no interior, os eventos têm sido um dos principais artifícios para atrair turistas. “Estamos focando muito nesse segmento, atraindo cada vez mais eventos para as estâncias turísticas, alavancando o setor como um todo”, pontuou.


Perspectivas para os eventos

Dando continuidade à programação do 6º Expo Fórum Visite São Paulo, o painel O Setor de Eventos discutiu as principais demandas e desafios para o segmento. O bate-papo contou com participação de Raffaele Cecere, CEO do Grupo R1; Alain Baldacci, presidente e CEO do Wet n’ Wild; Mauricio Duval, CEO da Fiera Milano Brasil; e Ana Luisa Cintra, diretora do Centro de Convenções Rebouças.

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Duval falou sobre cenário dos eventos em SP

Iniciando o debate, Duval destacou que, hoje, os eventos de negócios têm se destacado no segmento, principalmente em um destino como São Paulo. “As feiras e eventos de negócios atraem pessoas de diversos destinos, trazendo uma receita muito importante para a cidade”, comentou.

Em seguida, Cecere falou sobre os números do Grupo R1 em 2023. “Este ano, vamos entregar 20 mil eventos realizados. A oportunidade no setor é enorme, tanto para quem quer ingressar, quanto para quem já está nele. A barreira de entrada é relativamente pequena, e isso é muito positivo para o segmento”, acrescentou.

O executivo da R1 reforçou que o segmento de eventos vem recebendo investimentos massivos, o que traz um cenário otimista para os próximos anos. “Há muito espaço para crescer e estamos muito otimistas”.

Tendências

Dando prosseguimento à conversa, Ana Luisa destacou que, após a pandemia, os eventos voltaram com muita força. “Neste cenário, eu diria que um dos principais desafios será o acolhimento do cliente, que está cada vez mais exigente”.

“O espaço precisa estar preparado, com estrutura, logística e operacional, para que possamos otimizar cada vez mais essa operação. Além disso, outro grande desafio diz respeito à sustentabilidade. O ESG chegou para ficar e o segmento de eventos precisa estar atento a essas mudanças”, disse a executiva.

Retomando sua fala no segundo painel do 6º Expo Fórum Visite São Paulo, Duval relembrou as incertezas vividas no período da pandemia pelo segmento de eventos. “Cancelamentos e reagendamentos, por exemplo, foram uma grande dificuldade nos anos em que vivemos a crise sanitária. Com o fim da pandemia, as perspectivas voltaram a ser positivas”, conclui.

Baldacci, por sua vez, disse que, quando se trata de entretenimento, as renovações e novidades são cruciais para atrair demanda. “Temos essa programação de ativar cada vez mais eventos. As pessoas precisam de algo que as tire do cotidiano, e é nisso que o entretenimento entra, como uma grande válvula de escape”, avaliou.


6º Expo Fórum Visite São Paulo discute desafios da hospitalidade

Foi aberta há pouco a 6ª edição do Expo Fórum Visite São Paulo, promovido pelo SPCVB (São Paulo Convention & Visitors Bureau). O evento acontece no WTC Events Center, na capital paulista. O encontro traz diversos líderes do setor, promovendo palestras e painéis sobre pontos importantes para o turismo.

Abrindo a programação do evento, aconteceu o painel Novos Desafios da Hospitalidade. O bate-papo, que também faz parte do Fórum BandNews Expo Visite São Paulo, contou com participação de Johannes Bayer, gerente geral do InterContinental São Paulo; Fernando Guinato, gerente geral do Sheraton WTC; Daniela Pereira, gerente geral do Staybridge Suites São Paulo; e Milena Freire, diretora Comercial da Tivoli Hotels & Resorts. A conversa foi moderada pelos jornalistas Paula Valdez e André Coutinho.

Iniciando o debate, Daniela apontou o turnover como um dos grandes desafios do setor. “Considero que, hoje, nosso principal desafio é o capital humano. Precisamos entender não só como trazer essa mão de obra para dentro dos hotéis, mas também mantê-la”.

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“Experiência deve ser prioridade”, disse Guinato

Complementando o raciocínio, Guinato reforçou a fala de Daniela, ressaltando a importância de promover a boa experiência para o hóspede. “São Paulo é um grande destino. Então, hotéis que criam experiências diferenciadas, seja na demanda de negócios, lazer, turismo gastronômico, conseguem se destacar”, disse.

“A demanda segue bem mista. Em 2023, um dos grandes destaques da cidade foram os eventos musicais, como The Town, Lollapalooza e os shows do Coldplay. É um público que sai do que já é conhecido pela cidade, e é preciso atender bem a essas necessidades”, comentou Guinato.

O cenário da hospitalidade

Durante o debate, Bayer salientou a importância da relação dos hotéis com os colaboradores, que reflete na experiência do hóspede. “O colaborador precisa se sentir bem e isso com certeza vai garantir uma operação mais otimizada e eficiente”, acrescentou.

Dando continuidade ao painel que abriu o 6º Expo Fórum Visite São Paulo, Guinato avaliou que a hotelaria precisa estar atenta às inovações tecnológicas e usá-las a favor da experiência do hóspede, proporcionando mais conforto, comodidade e praticidade. “São ferramentas que constroem relacionamentos, facilitam demandas. E isso impõe que os hotéis possuam uma estrutura de internet que contemple essas necessidades”, afirmou.

Fechando o debate, Milena falou sobre as perspectivas do setor, e destacou a personalização como uma das principais tendências. “É ter escuta ativa, atenção às demandas e muito trabalho e equipe. Tudo isso vai facilitar para que façamos um bom trabalho”.

(*) Crédito das fotos: Lucas Barbosa/Hotelier News